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Para entrar na história

Eu vi e espero que você também tenha visto, pois a etapa de abertura do mundial de F-1 de 2009 foi uma etapa que vai entrar para a história. Inédito, inesquecível e recheada de emoções...

Reginaldo Baleia Leite
Publicado em 03/08/2018 às 10:18Atualizado em 20/12/2022 às 13:26
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Eu vi e espero que você também tenha visto, pois a etapa de abertura do mundial de F-1 de 2009 foi uma etapa que vai entrar para a história. Inédito, inesquecível e recheada de emoções. Na verdade, faltam-me adjetivos para descrever tudo o que vi e senti ao assistir esse novo capítulo da F-1. Button largou na frente e foi o vencedor, de ponta a ponta. O nosso Rubinho completou a festa da equipe Brawn com um segundo, posto que caiu no colo no finalzinho. De dúvida nos treinos pré-temporada, a Brawn confirmou seu atual domínio na qualificação e na prova. Fora o desempenho da equipe inglesa, que já não era uma surpresa, houve muitas boas atuações nesta prova. Tudo começou na classificação, com o terceiro lugar da Red Bull de Vetel, que foi uma grata surpresa, pois o time não faz parte da turma do difusor (Brawn, Toyota e Williams). A seguir, veio quarto colocado, da BMW de Kubica, que também não é participante do clubinho. As Toyotas foram desqualificadas e partiram dos boxes, assim como a McLaren do Hamilton, que trocou o câmbio e perdeu posições. Como esses carros saíram do fundão, eles foram protagonistas de várias ultrapassagens, colaborando muito para o espetáculo.   Como toda prova emocionante, tudo começou já na largada, com o Rubinho largando mal e participando de uma confusão na primeira curva, onde se deram mal: Kovalainen, Webber, Haidfeld e Sutil. Bem, se eu for contar como foi a prova, não vai ter espaço neste caderno de esporte, portanto, vamos comentar as atuações dos principais protagonistas. Button: foi eficiente na classificação e na prova, mas a equipe Brawn demonstrou que não está acostumada a trabalhar como um time de ponta. Errou em alguns aspectos, pois os pits do inglês foram demorados e, o pior, no primeiro, não esperaram o safety car para parar, e no último, colocaram os pneus macios muito cedo, o que poderia ter estragado a festa. Na verdade, contaram com a sorte. Explicarei ao comentar a corrida do Kubica.   Barrichell esse jovem senhor da F-1 parece que carrega uma sina. Depois de dominar a Q1 e a Q2, na hora que valia a pole na Q3, ele simplesmente não conseguiu a velocidade anterior, o que resultou na pole para o Button. Na largada, deu um branco e ele caiu para a oitava posição. Segundo Rubens, a McLaren do Kovalainen o acertou por trás, na primeira curva, e destruiu o tão falado difusor. Na sequência, o carro do Rubens atingiu outro carro e o cantinho da asa dianteira também ficou danificado. Se a sorte tinha abandonado o brasileiro já na largada, daí para a frente ele só deu sorte, no enrosco da primeira curva, na manobra com o Kimi e, mais ainda, na infantilidade dos meninos da RBR e BMW. Jarno Trulli: fez uma ótima corrida. Largou dos boxes depois de ser o sexto na qualificação e ser penalizado, chegando em terceiro. Foi o piloto de melhor desempenho na corrida, mas caiu numa inglesada, a primeira do ano. O italiano escapou da pista quando safety car entrou e, mais uma vez, o inglesinho da McLaren armou das suas ao seguir o carro madrinha. Na escapada do italiano, o piloto da McLaren aliviou o acelerador e deixou o italiano ultrapassar; uma manobra arquitetada pela equipe McLaren. Para azar do piloto da Toyota, os comissários míopes da Austrália penalizaram o piloto mais combativo da etapa. Uma decisão errônea e dolorida para os japas da Toyota e, principalmente, para o piloto. Hamilton tem uma péssima condução ao seguir o safety car, e essa não foi primeira vez.   Lewis Hamilton: de maior decepção dos treinos, passou a ser a grande surpresa do final de semana. Nem ele e sua equipe esperavam marcar tantos pontos. Para falar a verdade, marcar um pontinho já era um grande negócio, pelo que havia realizado nos treinamentos. E assim, consequentemente, acendeu a luz vermelha em Maranello, pois, mesmo sem equipamento, o inimigo número “1” conseguiu sair-se muito bem. Imagine a hora que estiverem no mesmo nível ou um pouquinho melhor. Timo Glock: Assim como Trulli, largou dos boxes e sofreu muito mais que o companheiro de equipe para chegar ao final. Digladiou muito com Alonso, tendo momentos em que era bem mais rápido que o espanhol, mas, devido ao kers, não conseguia ultrapassar. Lutou bastante e, se não fosse a punição, tanto ele quanto Trulli certamente estariam melhores na tabela.   Fernando Alons foi um figurante até o terço final da etapa. Usou o kers para se defender e, no final, disse que esse equipamento não lhe serviu para nada. Certamente, estava de sangue quente quando disse isso. Entretanto, o pior do queixudo hispânico foi declarar que a FIA teria de tomar uma atitude contra a Brawn GP. Aí o ídolo espanhol dançou feio nas palavras. Ganhou até do Rubinho. Há momentos em que é bem melhor se calar do que dizer besteiras. E o asturiano, que se acha o melhor do mundo, devia usar melhor sua imagem, pois enquanto esteve na pista e com o carro mais pesado do grid, Nelsinho estava dando um show pra cima do companheiro de equipe. Alonso é muito mais piloto que o brasileiro, mas não sabe perder. Pena que o nosso representante se esqueceu de aquecer seus freios e pneus durante o período em que o carro madrinha estava na pista. Um erro de principiante. Nico Rosberg: foi a maior decepção do final de semana. De sensação na sexta-feira e o mais rápido no primeiro treino de sábado, Rosberg foi apenas quinto no qualy fine. Estava pesando 657 kg/s, o mesmo peso de Vetel, que foi o terceiro e não é da turma dos defletores. Pelo seu equipamento, fez uma péssima prova e foi mais um que colocou os descartáveis pneus macios antes da hora. A Williams esqueceu-se de como é ser uma equipe de ponta. Falta-lhe estratégia e algo mais. Como consolo, Nico foi o autor da volta mais rápida da prova.   Os pilotos da Ferrari: na corrida, Massa mostrava-se melhor que Raikkonen na corrida, pois, na classificação, o brasileiro conseguiu ser melhor, mas estava bem mais leve. Porém, o desgaste prematuro dos pneus macios demonstrou que o brasileiro estava com a estratégia certa. Kimi, apesar de mais pesado, parou antes de Massa. A Ferrari errou feio ao mudar a estratégia de Massa, depois da primeira parada. Kubica realizou sua primeira parada quase junto com Massa, mas a segunda parada do polonês foi nove voltas depois. Estranhamente, não cometeram o mesmo erro com o finlandês. O mal resultado do nórdico foi apenas por um erro seu, que lhe custou caro, pois, se continuasse na pista, estaria no pódio. Vettel: este, sim, foi um leão. Sua posição de largada mostra o quanto ele tem braço e o carro da Red Bull mostrou-se o melhor dos sem difusores. O alemãozinho, por várias vezes, fez a melhor volta da prova no início. O maior erro também foi da equipe, ao colocar pneus macios prematuramente. No final, ele estava sem condições de ser rápido, assim como Button. Talvez sua inexperiência não o deixou marcar pontos. Pagou caro para aprender e foi punido com dez posições para a próxima etapa.   Kubica: este seria o grande nome da prova, pois, no final, estava com pneus duros e com o carro na mão. Era mais rápido que o Vettel e o Button. Também foi inexperiente. Poderia ultrapassar o Vettel na próxima curva e ainda tinha chances de ganhar do Button. Na pior das hipóteses, seria o segundo. Sorte do nosso Rubinho. Se a dona sorte lhe faltou na largada, não o abandonou no restante da etapa. Buemi: Não é todo dia que um piloto marca pontos logo na estreia. Parabéns! É estranho ele estar na F-1, pois nunca conseguiu nada nas categorias de acesso. Deve ter um bom padrinho e muita sorte também. Podemos concluir que a Brawn teve sorte no resultado e a McLaren, mais ainda. Os italianos não se deram bem, mas devem vir bem mais eficientes na Malásia. Adrian Newei, aparentemente, acertou a mão no modelo 2009. E o tão falado e esperado kers mostrou-se muito eficiente, principalmente na largada. E quem não o tiver vai sofrer mais adiante no campeonato. Só o Alonso, que usou e abusou do equipamento, é que não falou bem, mas conseguiu segurar muita gente, com a ajuda do kers. Com sorte ou não, foi gostoso ver uma equipe pequena dominar um GP, fato que não víamos há anos. Essa entrou para história.   F-1 - 1º treino do GP da Malásia - dia 03/04 – 0h. SporTV - canal 38 F-1 - GP da Malásia – dia 05/04 - 6h. Rede Globo

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