Uma professora, conversando comigo, contou-me o que acontecera em sua escola, na véspera do Dia das Mães. Ela pediu que os alunos (de uma faixa etária de 7 e 8 anos) fizessem um desenho de sua família. Um daqueles garotos desenhou uma mesa com quatro cadeiras. Nas laterais, duas crianças. No centro, uma cadeira com uma mulher e a outra cadeira vazia. Perguntado pelo sentido daquela cadeira vazia, o garoto respondeu: “É a cadeira de meu pai. Mas ele abandonou minha mãe. Deixei a cadeira porque sinto muita saudade dele. Ele foi embora, nunca mais voltou. Foi por isso que eu cortei ele de nossa família.”
Anthony Giddens, num de seus livros, deixou bem claro que não se pode mais chamar de “família” o que existe hoje em número crescente. A família foi atingida em seu mais alto significado pela degringolada dos valores humanos e cristãos.
Julgo-me incapaz de uma opinião correta sobre as causas da decadência da família cristã. Posso elencar uma série de causas, mas qual delas a que provocou os maiores estragos? O casamento não é mais uma instituição. Tornou-se um simples “pacto” entre os cônjuges. É apenas mais um componente social. É um não-comprometimento. Como ter esperanças se o número dos divórcios é cada vez maior? Como acreditar na seriedade de um sacramento que, de uma hora para outra, se tornou um “namoro de cama e mesa”? Como acreditar na seriedade de um amor jurado com a condição de “se não der certo, a gente separa”? Esperar o que de um esposo ou de uma esposa que, depois de certo tempo, declara que “eu descobri que não te amo mais?”
Para constituir uma família estável não é necessário apenas ter uma religião. Conheço casais que, embora não sendo religiosos, vivem em harmonia e amor. Isto porque aquele casamento foi estruturado em pilares de doação, de responsabilidade e de partilha. Se não houver esse comprometimento de criar um clima de carinho, de perdão mútuo, de certo heroísmo, para que os filhos cresçam na certeza de que estão em segurança, sabendo que ao lado deles há um “ele” e um “ela” abraçados, acolhendo-os, não haverá certeza de que crescerão psicologicamente normais.
Conversando com um casal que se preparava para se desfazer, perguntei: “E os filhos, como ficam?”. A mãe respondeu: “Eles já têm idade para entender isto. Um está com oito e o outro com dez anos”.
Meu irmão, minha irmã, façam o que vocês quiserem, mas eles não vão entender nada. Eles não têm o coração de vocês. O coração de criança é outro.
Uma sugestã se você vai se casar simplesmente para se casar, não coloque filhos no mundo. Seria bom se os livrasse dessa dor.