Enfim, uma prova gotosa de assistir. Uma prova disputada em todos os níveis, na turma da frente, do meio e a do fundão. Só não houve disputa pela ponta. Essa foi o tempo inteiro do alemãozinho da equipe do energético. Sebastian Vettel sobrou mais uma vez, mas de maneira diferente.
Inverso. Se na Austrália impôs uma boa diferença na classificação e na corrida via Hamilton correr perto, na Malásia foi o contrário, quase perdeu a pole para Hamilton, que só não foi pole por ter cometido um erro no último setor. E na corrida, Vettel nunca foi incomodado.
Ajudinha. Porém, Heidfeld deu uma senhora ajuda a Vettel no início da corrida. Pois sem querer segurou o ritmo do inglesinho. Devido a uma estupenda largada do piloto da Renault, quer dizer Lotus-Renault, Heidfeld tomou o segundo posto de Hamilton. Aliás, as duas Renault fizeram uma ótima largada. Heidfeld pulou de sexto para segundo e Petrov de oitavo para quinto. Porém, Heidfeld no final foi agraciado com um lugar no pódio.
Nº 1. Porém, para Petrov sobrou a hora de ser o primeiro piloto da F1 há usar o volante escamonteável. Isso depois de uma senhora saída de pista, que culminou com uma decolagem de mais ao menos um metro do chão do carro do russo. Que acabou causando a quebra da barra de direção. Petrov pecou por tentar esticar a troca de pneus.
Lambança. Analisando o desempenho dos protagonistas principais podemos dizer que Hamilton foi o grande perdedor dessa etapa. Seu belo estilo de pilotar não casou com o alto consumo de pneus de seu carro. Também, sua equipe o atrapalhou no terceiro pit, demorando mais que o normal, 25:382. Mas pit ruim mesmo foi o primeiro do Massa 29:224, que anulou sua boa largada e posições conquistadas até então. Os macarrônicos só erram com o Massa. E pensar que eles adoram uma massa, deveriam ter mais consideração com o Massa.
Ego. Depois de ter sua corrida prejudicada pela equipe, Massa fez uma corrida de recuperação. Que culminou com um quinto posto, à frente do seu inimigo número um. Isso fez bem para o ego do brasileiro, que precisava do incentivo. Mas analisando os números, o espanhol foi mais rápido em todos os setores da pista em relação ao brasileiro, na prova.
Navalha. Massa só chegou à frente o hispânico devido ao duelo dele com Hamilton, um dos grandes momentos deste GP. O duelo custou caro aos protagonistas. Depois da barbeiragem do espanhol ao tentar superar Hamilton, o piloto vermelho foi obrigado a fazer uma parada para trocar o bico e despencou na tabela. Já o inglesinho se deu mal por sofrer uma punição depois da prova, por ter mudado de linha na reta mais de uma vez. Alonso também foi punido, mas não perdeu seu sexto posto. Os dois sofreram 20 segundos de acréscimo de tempo no final.
O melhor. Por falar em bons duelos e arrojo, não podemos deixar de citar o bom e combativo japinha da Sauber. O piloto é o arrojo em pessoa e foi quem mais deu graça na prova. E para azar do Shumy, sua vítima mor. Mas achei ótima essa apresentação de Kobayashi, pois o dono da Sauber, depois da corrida da Austrália, havia enchido a bola do Perez e desprezou o grande Koba. Esquecendo a vitória do Vettel, Kobayashi foi o melhor da Malásia.
Borracha. O carro da Sauber se mostra como o carro que melhor casou com os compostos italianos. E a combinação Kobayashi/Pirelli vai nos render bons momentos durante a temporada. O carro da Ferrari melhorou em relação ao consumo de pneus na Austrália, porém é a grande decepção entre as maiores equipes. A Renault conseguiu dois pódios, em duas provas e os italianos nenhum. Entretanto, a Ferrai está na frente na tabela dos construtores.
Luvas de seda. Não poderia deixar de falar do Button, que sempre perde em velocidade e arrojo para o Hamilton. Mas que possui uma qualidade que pode ser imprescindível nesse campeonato, que é a suavidade ao volante, e essa suavidade na tocada resulta em economia de pneus, o que no final da prova se mostra essencial. Esse pode ser um campeonato decidido nos desgastes de pneus.
Os segundos. Mark Webber mais uma vez andou longe do companheiro. Mesmo não tendo o Kers em momento algum da prova deveria chegar em segundo ou terceiro nestas duas etapas. Mas não foi o que vimos até aqui. Nesta temporada, o trio de segundos pilotos formados por Webber, Massa e Schumacher precisão mostrar serviço. Porém, pelo histórico, a dívida de Shumy é a maior de todos. Se bem que, como o Massa nessa etapa, eles chegaram à frente de seus companheiros de equipe.
Micro. O nosso segundo representante no campeonato, Barrichello, desta feita não cometeu nenhum erro a não ser estar num carro sem velocidade e que não conseguiu terminar nenhuma das duas etapas até aqui devido ao seu minúsculo câmbio. O atrevimento de ousar está custando caro à equipe inglesa. Mas se acharem o caminho das pedras serão imitados por todos. Mas até o prêmio da China nada deve mudar nessa caixa de marchas anã.
A Williams é a decepção da turma do meio. Já a Force Índia está herdando posições. Di Resta saiu-se melhor que Sutil. Porém, Suttil parou logo no início, por ter atingido Barrichello no fim da segunda volta. Assim, a corrida dos dois foi prejudicada por essa atrapalhada do alemão. Di Resta é o piloto que bateu Vettel na F3, quando os dois corriam juntos.
China. Neste domingo, o circo da F1 corre na China e certamente nada mudará. Vettel tem a chance de repetir os últimos resultados. Pois quase ninguém conseguirá fazer alguma mudança significativa devido ao pouco espaço de tempo entre os dois GPs. A Red Bull poderá sofrer mais nessa pista devido ao seu Kers impreciso. Porém, até agora, o RB 7 não sentiu muita falta do sistema, pois venceu tranquilo e sem ameaças.
Felicidades a todos!