Estimado leitor, procure por esses filmes na locadora mais próxima; são verdadeiras preciosidades. Os mais entusiasmados, podem comprá-los e montar uma pequena videoteca (o site filmearte.com é um dos meus preferidos). A Hora do Espanto (EUA, 1985). Perto dos filmes de vampiro de hoje, esse pode ser considerado uma pequena comediazinha. Entretanto, quem tem em torno de 40 anos vai se lembrar da história. Para promover o filme, os distribuidores da película no Brasil fizeram-no estrear nos cinemas no dia 13 de setembro de 1985, uma sexta-feira. Detalhe: o filme começaria à meia-noite. Na porta do extinto Cine Uberaba Palace, de saudosíssima memória, juntou uma verdadeira legião de adolescentes (o filme, embora de terror, era liberado para maiores de 14 anos), ávidos para assistir aos problemas que um jovem passa a viver quando uma família de vampiros se muda para uma casa ao lado da sua. Morto ao Chegar (EUA, 1988). O filme começa com um professor universitário entrando numa delegacia e, ao ser atendido pelo policial de plantão, diz que está ali para denunciar um homicídi o seu próprio. Ao dizer isso, cai diante do catatônico policial. O que vem a seguir é uma trama muito bem montada e um suspense do tempo em que os filmes de suspense tinham um mínimo de inteligência. Trilogia Por um punhado de dólares, Por uns dólares a mais e Três homens em conflito (ou O bom, o mau e o feio). O encontro do brilhante diretor Sergio Leone com o talentosíssimo ator Clint Eastwood produziu três dos mais empolgantes filmes de faroeste já realizados. A história gira em torno dos caçadores de recompensas e dos seus confrontos com os bandidos. Eastwood dá vida à figura do herói sem nome, que o consagraria posteriormente. Mas se você, estimado leitor, não é adepto dos filmes de bang-bang, não tem problema, pois as três trilhas sonoras, compostas pelo gênio Enio Morricone, com certeza, vale a pena. Rua Santa Fé (Chile, 2007). O cinema latino está num de seus melhores momentos. A história desse filme se passa em Santiago do Chile e nos mostra um retrato bastante fiel dos dias de glória de Allende aos longos e sombrios anos da ditadura de Augusto Pinochet. A trama gira em torno da figura de Carmen Castillo, viúva de Miguel Enriquez, secretário geral do Movimento de Esquerda Revolucionária (MIR) e mostra sua vida de militante. É um excelente momento para questionarmos sobre o significado das militâncias de esquerda na América Latina, além de levar o espectador ao coração de uma terra onde a morte nunca é verdadeiramente um fim e a batalha contra as injustiças do passado continuam. Nem Gravata nem Honra (Brasil, 2001). Filme de extrema sensibilidade ao abordar as diferenças entre homens e mulheres da pequena cidade de Cunha (essa mesma que sofreu bastante com as últimas chuvas), com apenas 22 mil habitantes, localizada na divisa dos estados do Rio de Janeiro e São Paulo. Os entrevistados, pessoas comuns, inclusive crianças, falam de suas vidas, de seus sonhos e de suas expectativas diante da vida.
P.s.: A coluna de hoje foi uma sugestão da leitora Eliane Lacerda.
(*) doutorando em História e professor do Colégio Cenecista Dr. José Ferreira, da Facthus e da UFTM.