ARTICULISTAS

Páscoa e renovação

A Páscoa sempre me faz recordar dos meus tempos de professora primária

Vera Lúcia Dias
veludi@terra.com.br
Publicado em 03/04/2015 às 18:53Atualizado em 17/12/2022 às 00:44
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A Páscoa sempre me faz recordar dos meus tempos de professora primária, quando trabalhava com meus pequenos alunos os símbolos da Páscoa. Eram muitos os desenhos de ovos, coelhos, velas, luzes, uvas e trigos, todos eles remetendo a um sentido de Passagem e Vida Nova.

Não ficavam de fora também os sentidos históricos dessa data comemorativa. Para os cristãos, a Páscoa é um acontecimento religioso, considerado como a maior e mais importante festa da cristandade, quando é celebrada a ressurreição de Cristo.

Para os judeus, determina o fim da escravidão de quatro séculos no Egito, liderados por Moisés, na famosa história da passagem pelo Mar Vermelho.

Um terceiro significado e menos conhecido versa sobre uma festa anual de grupos pastoris que viviam na terra de Canaã, no segundo milênio antes de Cristo. No final das chuvas, entre março e abril, eles abandonavam suas terras e viajavam para a região das planícies, mais férteis. A festa da Páscoa pedia proteção durante a travessia.

O tempo passou e hoje não acredito mais nos coelhinhos com ovos coloridos e outras coisas, mas esse período ainda me leva a reflexões.

Quais são as transformações que nossa vida está nos impelindo em termos individuais e coletivos? Independente de nossa idade e condição de vida, sempre há coisas a serem descartadas.

Socialmente, principalmente nós, brasileiros, ansiamos pela libertação de tudo o que temos vivido nos últimos tempos. De certa maneira estamos escravos tanto quanto os hebreus no Egito.

Estamos ainda sujeitos às sete pragas, que são o nosso Calvário, e hoje se travestem de modernidade: a ameaça da falta de água; as promessas políticas nunca cumpridas; a inflação negada oficialmente, mas experimentada no bolso; as filas e a inoperância dos serviços públicos; o desemprego, que começa a assustar; a escalada da violência urbana; a corrupção impune e... Pelas minhas contas, levantaria outras sete sem nenhuma dificuldade, revelando as estações de nossa Via-crúcis.

Em meio a isso tudo, o que mais me assombra é falta de Esperança em maior ou menor grau de que seremos redimidos de todo esse sofrimento que nos assola a cada um.

O que posso desejar aos leitores nesta Páscoa de 2015?

Que reencontremos a Esperança perdida de um Brasil melhor!

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