Natal. Devotos católicos já assistiram à Missa do Galo a partir da meia-noite; hoje o galo canta mais cedo. Costumes modificam-se, porém ainda se veem crianças esperando confiantes pelo Papai Noel. Confesso que, quando criança, também acreditava piamente nele, na certeza de encontrar um presente junto à minha botina com seu complicado fechamento de botões. Já cedo, a garotada compartilhava com imensa alegria esses brinquedos, quaisquer que fossem, nas portas das casas.
Crescidinho, fiquei triste ao perder a esperança do brinquedo no Natal. Mas recobrei a alegria vendo Papai Noel presentear meus filhos, que também ficaram felizes. Por essas lembranças, fico invariavelmente chateado se se ridiculariza quem acredita em Papai Noel. Esse super-herói natalino é, um dia, dolorosamente desmascarado; não é necessário desfazermos antes o encanto.
Antes, carteiros nos traziam cumprimentos natalinos de amigos; hoje a internet, sobrecarregada, tem sofrido para dar conta do recad computadores e afins é que nos trazem mensagens de pessoas gentis desejando-nos boas festas.
Mesmo me adaptando às mudanças, ainda guardo cartões natalinos com pinturas feitas por artistas sem mãos ou sem pés, que trabalham, em geral, com o pincel na boca, ou (no caso de alguns artistas sem mão) no pé. Durante anos, recebi, em envelope, esses lindos cartões e um boleto correspondente a eles. Por não receber mais as ofertas, não posso ajudar esses artistas. Também não remeti a amigos os últimos cartões pelos quais paguei, pois o costume já havia entrado em desuso. Espero que esses artistas também tenham conseguido se adaptar às mudanças.
Felizmente, mesmo com as transformações, o espírito natalino tem sobrevivido, criando um ambiente de paz, ternura e confraternização e trazendo a lembrança de que o Filho de Deus se fez Homem e se sacrificou para salvar a humanidade.
Há o tempo de acreditarmos em Papai Noel. Há o tempo de ajudamos o velhinho a distribuir presentes. E há o tempo de acreditarmos em Jesus, tempo que, para muitos de nós, quer dizer sempre. Quer pensemos assim, quer pensemos diferente disso, nossa forma de pensar merece respeito. Interessa que pratiquemos a Paz e o Bem. Que a felicidade exista para todos! Bom Natal!