Acredito que em nossa cidade todos se sensibilizaram com a morte da jovem professora Natalya Dayrell no início do mês de outubro.
Apesar de não tê-la conhecido, vi coincidências em nossas vidas: Ambas fomos professoras de Geografia na E. M. Boa Vista, onde ela talvez lecionasse para os filhos dos meus ex-alunos das décadas de 70, 80 e 90. Além disso, o local onde tudo ocorreu é ponto onde transito diariamente e isso poderia ser motivo suficiente para ter tido o mesmo destino que ela.
No dia 11 de novembro vivi algo que me recordou Natalya. Saindo à noite da FCETM quase fui abalroada por um carro avermelhado, com pneus estourados, que entrou de repente na av. Nenê Sabino sentido centro.
Refeita deste primeiro “sustozinho”, convergi à direita no sinaleiro para em seguida contornar, como de costume, o prédio da OAB (ou Fórum?).
Para minha surpresa, um carro branco me provoca um segundo susto fazendo retorno na contramão, sem mais nem menos, em local proibido.
Bom seria se tudo tivesse parado aí! Alguns segundos depois, surge também vinda do nada, na contramão e em alta velocidade uma viatura da PM que, vendo meu carro, tenta reduzir bruscamente, balança para um e outro lado, rodopia (isso é o famoso cavalo de pau?) e aborda um carro escuro atrás do meu, naquelas cenas espetaculares típicas de filme de ação.
Foi um “sustão”. Escapei por muito pouco. Se tivesse havido uma colisão, tudo se reduziria na manchete: VIATURA DA PM MATA PSICÓLOGA.
Estaria eu num local e na hora erradas?
Ainda existe local e hora certas? Quais são elas se em nenhum lugar nos sentindo seguros?
Apesar de sabido pelo jornal que o motivo daquela operação foi uma tentativa de roubo, que culminou com o estouro dos pneus do carro dos bandidos pela PM, correram risco a família assaltada, seus vizinhos, motoristas que transitavam tranquilamente e também os próprios policiais militares.
E se tudo tivesse acontecido minutos mais tarde, na saída da Uniube, FCETM e Cesube o caminho tomado pela PM teria sido o mesmo?
É... viver está sendo mesmo muito perigoso e fatos como os aqui narrados me fazem perceber que a linha entre o momento presente e o seguinte é mesmo muito tênue e tudo pode acabar num simples segundo!
Vera Lucia Dias
veuberaba@hotmail.com
Terapeuta das Perdas e Lutos