Entramos no período de propaganda política e vamos conviver com ele até o dia 30/09/10, quando será encerrado
Entramos no período de propaganda política e vamos conviver com ele até o dia 30/09/10, quando será encerrado, visando às eleições do dia 3 de outubro. Para uns, a chance de ver o quanto é grande a gana pelo poder e para outros, uma “tortura democrática”.
Quando vejo velhos rivais “fazendo as pazes”, pelo menos nesse período para nos iludir, recordo logo da célebre frase que diz: “Na política não se deve ser tão inimigo que não possa virar amigo, como não se deve ser tão amigo que não possa virar inimigo”. Coisas de Nicolau Maquiavel ou de algum dos seus seguidores. A coisa ganha contornos horrorosos quando vemos situações que só têm amparo diante de outra frase: “Na política, tudo que não pode pode. E tudo que pode não pode.” É muita filosofia mundana para coisas tão sérias.
O mais difícil nesse período é ver tanta confissão ética de candidatos e saber que, por trás desses, muito valor tem quem muito mente. Vale dizer que a vitória, na maioria das vezes, sorri para quem é mitômano. Trago na memória uma comparação feita por um bom analista polític “Dois políticos: um sempre perde e o outro só ganha. É que o primeiro caminha e o segundo voa”. Com certeza, o caminhante usa muito mais a verdade e o “voador”, muito menos.
E vamos aturando os comitês suntuosos, movimentos de marketing nas ruas e, em breve, se a lei deixar, os shows em praça pública, além de outros gastos. Os históricos pessoais no rádio e na TV acabam limitados à divulgação de um “minguadérrimo” currículo. Todavia, fica evidente que, antes da preocupação com o eleitor, está a preocupação com o próprio mandato. Perder a eleição? Nem pensar! E nesse jogo vale tudo, mas tudo mesmo. Não há um eleitor que deixe de se indagar: Quem vai repor tantos gastos ao candidato? E se ele perder? Aí está a explicação porque vi tantos aspirantes a mandatos acabarem quase à míngua.
Valeria, então, a máxima de que “o dinheiro não leva desaforo”!?! A história real mostra que a desforra do vil metal para com o seu ex-dono pode demorar uma vida para ocorrer, mas acaba ocorrendo...
(*) presidente do Fórum Permanente dos Articulistas de Uberaba e Região, membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro