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Poder explode o Poder

Foi implacável a explosão do caixa eletrônico

João Eurípedes Sabino
forumarticulistas@hotmail.com
Publicado em 07/12/2012 às 20:33Atualizado em 19/12/2022 às 15:55
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Foi implacável a explosão do caixa eletrônico localizado no plenário da nossa Câmara Municipal, ocorrida no dia 30/11/2012. É o poder paralelo avançando cada vez mais sobre o Poder Oficial. Aliás, enquanto o crime organizado ganha terreno, o Estado recua, diminuindo suas glebas. Eis a triste realidade.

Visitei o local, na Rua Coronel Manoel Borges nº 41, e fiquei surpreso ao ver o hall de entrada, já limpo, mas literalmente destruído em decorrência da explosão treme-terra. Uma colossal porta de ferro, pesando mais de uma tonelada, fora rompida e instalaram explosivos lá dentro. Resultad dinheiro e quase tudo foram pelos ares. Eu, que pela manhã havia visitado a impecável sede do nosso Arquivo Público, lamentei naquela tarde que lá serão arquivadas as históricas manchetes estampadas nos jornais de 01/12/12: “Ladrões explodem caixa eletrônico do BB na Câmara e levam dinheiro”. O livro de atas da nossa Casa de Leis também registrará essa segunda explosão.

Acompanhei o desenrolar dos fatos e anotei a principal medida que o órgão agredido quer tomar, qual seja, retirar os caixas eletrônicos das dependências da Câmara Municipal. O Poder Oficial recua para o marginal passar. Na terra do zebu, segundo disse um observador, vale a analogia em que “para erradicar os carrapatos, matam-se eles e a vaca”.

Boa investigação a ser acompanhada pelos vereadores Luiz Humberto Dutra e Afrânio Lara Rezende, que são, respectivamente, delegado aposentado e agente de polícia. Poderá atuar também o vereador estreante Ismar Vicente dos Santos (Marão), que, segundo sua chefia, se trata de um dos mais eficientes investigadores. Ótima oportunidade para sentirem na pele o pânico que nos atormenta todos os dias.

A histórica Rua Coronel Manoel Borges terá nos seus anais esse lamentável fato registrado, com imagens gravadas por câmeras situadas em imóveis próximos, e não pelos equipamentos daquele Próprio Municipal, que, para esse fim, estavam “dormindo” naquela madrugada. “Eh...sô! Nêsse pau tem méle”, diria o poeta analfabeto Zé Ninguém.

No País onde nasceram Santos Dumont, Pelé, Adib Jatene, Gisele Bundchen, Guga e tantos outros talentos, incluindo Oscar Niemeyer, haverá de nascer um jurista inteligente para elaborar leis que nos dê a sensação de viver com segurança. Senão, antevejo que o Poder Oficial se renderá de vez ao outro “poder”.

(*) Presidente do Fórum Permanente dos Articulistas de Uberaba e Região; membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro

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