EM UBERABA

Adolescente é socorrida após ser atingida por bala de borracha no rosto na saída do carnaval

Larissa Prata
Publicado em 14/02/2024 às 14:52Atualizado em 14/02/2024 às 19:08
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Projétil que atingiu a adolescente após saída do carnaval em Uberaba (Foto/Acervo pessoal da família)

Projétil que atingiu a adolescente após saída do carnaval em Uberaba (Foto/Acervo pessoal da família)

Familiares de uma adolescente, de 17 anos, buscaram o Jornal da Manhã para denunciar que a garota teria sido atingida por uma "bala de borracha" no rosto na saída do Carnaval em Uberaba. Segundo o relato, ela e duas primas aguardavam a chegada da tia na rua Menelick de Carvalho, a cerca de cinco quarteirões da Praça da Mogiana, quando foram abordadas por uma viatura policial e houve o disparo. Em nota à imprensa, a Polícia Militar afirma que investigará o fato. A garota deverá passar por cirurgia plástica para reconstrução do rosto.

De acordo com o relato dos familiares da adolescente, o trio de primas optou por esperar pela carona da tia na rua Menelick de Carvalho por ser "longe da muvuca". Lá, as meninas foram abordadas por uma viatura policial que teria realizado o disparo em direção a elas. O tiro atingiu o rosto da jovem, que foi socorrida pela tia e levada para atendimento na UPA Mirante e, posteriormente, ao Hospital de Clínicas da UFTM.

"Uma situação totalmente revoltante, devido a ser um evento onde a Prefeitura convida famílias e, no final, um show de horrores da Polícia Militar, instituição que devia estar ali para organizar e fazer com que essas adolescentes não corressem risco", reclama o rapaz, que classifica a situação como revoltante. "A gente tem que ter cuidado com bandidos, para não ser assaltado, mas agora devemos ter cuidado com a Polícia para não sermos baleados?!", complementa.

Ainda de acordo com o rapaz, a família buscou registrar ocorrência policial sobre o ocorrido, mas "foi falado que não havia viatura disponível e que a viatura estava vindo de Delta". Após a tentativa de acionamento, dois policiais compareceram ao Hospital de Clínicas e se identificaram como responsáveis pela operação. 

"Eles disseram que não era o que eles queriam, que começaram a disparar porque tinham uns homens jogando garrafa neles, mas no local não tem nenhuma garrafa no chão, a gente voltou lá para ver", comenta. O fato ao qual os policiais se referiram à família foi uma briga no final do Carnaval, que terminou com a prisão de um jovem de 23 anos. 

Após o ocorrido, a família da adolescente buscou novamente a Polícia Militar para explicações. Na 5ª Região Integrada de Segurança Pública (RISP), foi informada que não poderia acionar a Corregedoria da PM nesta quarta-feira e orientada a buscar o local novamente em outra data.

Além da PM, a família também buscou a Polícia Civil para o registro da ocorrência e afirma que vai acionar o Ministério Público para acompanhamento do caso.

A reportagem do Jornal da Manhã acionou a assessoria da Polícia Militar sobre o ocorrido. Em nota enviada à imprensa, a corporação afirma que o caso será investigado. Veja a nota na íntegra no final desta matéria.

O JM também buscou a Prefeitura de Uberaba, por meio do Conselho Municipal de Segurança Pública (Comseg), mas não obteve retorno. O espaço está aberto à manifestação. Já o HC-UFTM confirmou o atendimento à jovem, relatando que ela já recebeu alta. Documento hospitalar compartilhado com a reportagem aponta que ela recebeu curativo na bochecha direita, local onde houve o ferimento. 

Confira a nota da PM sobre o ocorrido:

"O Comando do 4⁰ Batalhão de Polícia Militar informa que o evento carnavalesco na praça da Mogiana, em Uberaba, se encerrou as 00:05h. Contudo, por volta de 00:50h, as equipes policiais que ainda se encontravam nas adjacências receberam solicitações para intervenção em um tumulto que havia se formado nas imediações, onde várias pessoas faziam algazarra, por meio de som automotivo em alto volume e uso imoderado de bebidas alcoólicas.Ao iniciar a parlamentação para dispersão das pessoas que promoviam perturbação do sossego na região, as equipes policiais foram hostilizadas com lançamento de pedras e garrafas, as quais atingiram uma viatura policial. Para repelir a injusta agressão e defesa própria dos policiais militares, foram utilizados instrumentos de menor potencial ofensivo para dispersão das pessoas que provocam tal desordem, tendo sido identificado e preso um dos incitadores das agressões aos policiais.Ainda no local do tumulto, foi recebida a informação de que uma menor teria sido lesionada no rosto e fora socorrida por sua madrinha. Uma equipe policial foi despachada para a identificação do estado de saúde desta menor, que foi localizada e se encontrava em atendimento médico em hospital local. Segundo sua tia, a menor estava em companhia de duas primas, de 18 e 15 anos, e durante o tumulto foi lesionada no rosto por uma munição de elastômero (munição de borracha).Diante do ocorrido, estão sendo adotadas as medidas legais cabíveis para apuração e esclarecimento dos fatos".
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