Chefes da PM e PC defendem mais investimento e mudança na legislação

Sandro Neves

Delegado Heli Andrade e o comandante da 5ª RPM, coronel Peres, durante entrevista coletiva esta semana, quando falaram de segurança

Mudança na legislação e mais investimento em tecnologia e serviços de inteligência foram citados pelos chefes das polícias Militar e Civil, em Uberaba, como medidas preventivas e protetivas necessárias a serem adotadas na área de segurança do país para combater assaltos de grandes proporções a empresas de transportes de valores, como o que aconteceu na Rodoban, em Uberaba.

“Nós não defendemos a ideia de confronto. Nós queremos antever o crime. Eu não posso transformar uma cidade num palco de confronto. Nós queremos é desarmar o marginal de forma antecedente”, declarou o comandante da 5ª Região de Polícia Militar (RPM), coronel Lupércio Peres Dalvas, durante entrevista na semana que passou. Ele ainda complementou que é preciso pensar em trabalhar mais a questão da inteligência, e os órgãos de segurança do país precisam estar se comunicando cada vez mais para desenvolver trabalho em conjunto. “Não é competência da Militar e Civil fiscalizar a entrada deste armamento, que com certeza não é adquirido no Estado de Minas Gerais e muitas vezes nem no país.”

O chefe do 5º Departamento de Polícia Civil em Uberaba, delegado Heli Andrade, acredita que na questão da inteligência, atualmente, há muitas pessoas capacitadas no país. “E é claro que isso vai melhorar cada dia mais. Nós temos vários projetos e nossos representantes já têm conhecimento disto. Hoje, a tecnologia é muito importante para prevenirmos estes crimes”, disse o delegado.

Mudanças na legislação. “O modelo que está hoje é um modelo perfeito? Está tendo resultados? Nós temos que atacar as causas, ou seja, como nós vamos retirar o armamento das mãos desses marginais e como vamos responsabilizar os bandidos que são conhecidos na prática de crimes”, questionou coronel Peres. “Por isto a gente precisa trabalhar também a questão da legislação, que tem que ser repensada.”

O chefe da Polícia Civil também comentou que é preciso mudar a legislação. “Quando há um bandido enfrentando a polícia e tentando matar o policial, este enfrentamento tem que ser punido severamente. Então, esta legislação tem que mudar. Um dos presos (suspeito de envolvimento com a quadrilha do assalto à Rodoban) tem uma condenação de 42 anos do Estado do Paraná e como este ‘cara’ está na rua?”, questionou Dr. Heli.