POLÍCIA

Civil prende suspeitos de tentar matar prefeito de Campo Florido

Operação Vontade Popular é desdobramento das investigações em torno do atentado sofrido pelo atual prefeito da cidade; entre os detidos está o ex-chefe do Executivo, que teve eleição impugnada

Renato Manfrim
Publicado em 19/04/2018 às 07:24Atualizado em 16/12/2022 às 04:39
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Sandro Neves

Rogério de Melo Franco Assis Araújo, delegado-chefe do Departamento de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), de Belo Horizonte, e o delegado-chefe da PC em Uberaba, Heli Andrade, durante a coletiva

Operação “Vontade Popular”, da Polícia Civil de Minas Gerais, que contou com a participação de 40 policiais, prendeu no início da manhã de ontem em Campo Florido (MG) cinco suspeitos de envolvimento na tentativa de homicídio do prefeito de Campo Florido, Renato Soares de Freitas (PSD), o Renatinho, em junho do ano passado. À época do crime ele era candidato em eleição suplementar depois da impugnação do ex-prefeito Ronaldo Castro Bernardes, que está entre os detidos.

Segundo informações, a motivação do crime seria política. Foram detidos por força de mandados de prisão temporária de 30 dias expedidos pela Justiça o ex-prefeito e vice-prefeito de Campo Florido, respectivamente, Ronaldo Castro Bernardes e Otaliba Neto, além de Mikel Diego, esposo de vereadora de Campo Florido (inclusive foi a ex-candidata que disputou a Prefeitura com Renatinho), e, também, o sargento reformado da Polícia Militar Amarildo Antônio Zacarias. “A participação de cada um está sendo investigada. Precisamos fazer isso com total isenção, preservando os direitos e garantias individuais das pessoas [suspeitos]”, destacou o chefe do Departamento de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Rogério de Melo Franco Assis Araújo, durante coletiva à imprensa na manhã de ontem.

Com relação à participação no crime da ex-candidata à Prefeitura, o delegado disse que ela não foi presa, mas contribuiu com informações, sendo que a mesma compareceu à delegacia. “Se necessário, será chamada novamente”, ressaltou.

Já o suspeito da tentativa do homicídio contra Renatinho havia sido preso no início deste mês em residência da zona rural de Indianópolis (MG), cidade a cerca de 250 quilômetros de Campo Florido. A arma do crime, uma pistola automática 380, foi localizada com ele e, até o fechamento desta edição, seria feito exame de balística no Instituto de Criminalística de Belo Horizonte.

Além da apreensão da arma usada no crime no início deste mês, outros armamentos e munições foram apreendidos na manhã de ontem, sendo que parte foi na casa do ex-prefeito, outra parte na casa do sargento reformado e também uma terceira parte na casa do esposo da vereadora.

Ainda em coletiva à imprensa, o delegado Rogério de Melo afirmou que o sargento reformado da Polícia Militar, um dos detidos, teria sido o responsável pela contratação do “pistoleiro” (o suspeito preso em Indianópolis) que atirou contra Renatinho. “Inclusive, está claro que o sargento forneceu quatros chips para o suspeito da tentativa de homicídio. O próprio suspeito de efetuar os tiros confirmou que a arma apreendida em Indianópolis foi a usada no crime. Além disso, a arma foi reconhecida pela vítima e pelas testemunhas presenciais da tentativa de homicídio. Ressalta-se que o suspeito também foi reconhecido”, declarou o delegado. 

Depoimentos de testemunhas levam à motivação política para o crime. Questionado sobre a motivação do crime, o chefe do Departamento de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), delegado Rogério de Melo Franco Assis Araújo, informou que é nitidamente político. “Segundo depoimentos de testemunhas, os suspeitos perceberam que Renato Soares de Freitas (PSD), o Renatinho, estava à frente e que ele teria participação por meio de advogados em relação à impugnação do ex-prefeito Ronaldo, mas quero ressaltar que as investigações prosseguem”, contou o delegado.

Então candidato foi alvejado com três disparos em via pública da cidade. A tentativa de homicídio contra Renato Soares de Freitas (PSD), o Renatinho, aconteceu na noite do dia 30 junho de 2017, às vésperas da eleição suplementar. A vítima foi alvejada por três disparos, que a acertaram no ombro, pescoço e tórax. O crime foi em frente de residência do bairro Vila Junqueira, próximo ao bar The Flash. Renatinho, que é cadeirante, estava acompanhado de seu irmão, e parte da equipe já havia sido dispensada dos trabalhos.

Segundo as investigações, o irmão de Renatinho também seria alvo da tentativa de homicídio. O político foi socorrido por ambulância do próprio município e levado consciente e orientado ao Hospital São Domingos, onde foi submetido a exames, inclusive de tomografia. Ele permaneceu consciente e orientado durante todo o atendimento e o seu quadro no dia do crime era considerado estável. Durante a madrugada, Renatinho foi submetido a cirurgia para a retirada dos projéteis alojados no pescoço e tórax.

Ele foi eleito prefeito de Campo Florido dois dias depois do atentado (2 de julho), com 2.671 votos (59,36%), após o candidato a prefeito mais votado em 2016, Ronaldo Castro, ter tido o registro indeferido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em decorrência da rejeição de contas públicas.

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