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Jovem assassinada após acertar carona pelo WhatsApp com o seu algoz e as últimas conversas dela com o namorado
A Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) em Frutal investiga como latrocínio a morte da jovem Kelly Cristina Cadamuro, 22 anos, assassinada por estrangulamento depois de oferecer carona, inicialmente para um casal, por meio de um grupo no WhatsApp. Eles saíram São José do Rio Preto (SP) e o destino seria a cidade de Itapagipe, onde a vítima iria visitar o namorado. Eles passariam juntos o feriado de Finados.
No entanto, a carona era armação e apenas um homem estava no local combinado, ou seja, a praça Cívica, em Rio Preto. O principal suspeito foi preso na noite de quinta-feira (2) pela Polícia Militar da cidade paulista e confessou o crime. A vítima era natural de Guapiaçu (SP), cidade perto de Rio Preto.
Segundo o major Ivanildo Gomes dos Santos, comandante da 4ª Companhia da Polícia Militar em Frutal, Kelly estava seminua, com as mãos e o pescoço amarrados e com sinais de violência. O corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) de Frutal para passar por necropsia e, posteriormente, ser liberado aos familiares, que foram até a cidade mineira para reconhecer o corpo.
Na manhã de quinta-feira, o carro dela foi encontrado entre Mirassol e Mirassolândia. O veículo estava sem as rodas e o som e sujo de terra. Já o corpo da jovem foi encontrado pela Polícia Militar de Itapagipe, por volta de 16h desta quinta-feira, no ribeirão Marimbondo, região de Frutal (MG), aproximadamente 16 horas depois que foi constatado o seu desaparecimento.
Kelly estava sem a calça, com as mãos amarradas e uma corda no pescoço. Havia sinais de violência (hematomas) em seu corpo e evidências de luta no local do crime. A perícia, porém, não comprovou se houve estupro. As informações do médico-legista até o fechamento desta edição não haviam sido repassadas à DHPP (Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa), em Frutal.
O último contato de Kelly com o namorado foi por volta de 19h do dia 1º, quando ela parou para abastecer em um posto de combustíveis na BR-153, em Nova Granada. Às 19h53, o carro de Kelly passou por um pedágio em Fronteira. Imagens da vendedora realizando o pagamento foram captadas pelas câmeras de segurança. Às 21h, o carro passa novamente pelo mesmo local, mas, desta vez, é um homem quem dirige o veículo.
O tenente Leonel Gonçalves dos Santos, da Polícia Militar de Itapagipe, contou que as primeiras informações do desaparecimento da jovem chegaram por meio de denúncia do namorado, por volta de 1h da madrugada da última quinta-feira. “Foram os policiais militares que encontraram vestígios de que um corpo poderia ter sido arrastado pelo pasto desta região. Então, pouco depois, foi localizado o corpo parcialmente submerso no rio Marimbondo. E de imediato acionamos a perícia técnica da Polícia Civil”, contou. Kelly foi sepultada às 13h de ontem no Cemitério Municipal de Guapiaçu (SP).
Três suspeitos foram presos na noite de quinta-feira em São José do Rio Preto (SP) pelos policiais da Companhia de Ações Especiais da Polícia Militar (Caep). Entre eles, o principal suspeito do assassinato, ou seja, quem solicitou a carona por meio do WhatsApp. Segundo informações, dois dos presos são suspeitos pela receptação dos objetos roubados da vítima. O celular de Kelly foi encontrado com os presos, além de outros pertences da vendedora.
Em depoimento prestado na manhã de ontem ao delegado responsável pela DHPP, em Frutal, Bruno Giovaninni de Paulo, o principal suspeito assumiu a autoria pelo assassinato de Kelly. Ele possui várias passagens pela polícia, era foragido da Justiça e possuía mandado de prisão em aberto. Segundo informações, a sua mãe mora na zona rural de Itapagipe e, por isso, ele foi adicionado ao grupo de caronas.