O Ministério Público Federal em Uberlândia (MPF) ofereceu 17 denúncias contra 15 policiais rodoviários federais e outras cinco pessoas por inserção de dados falsos em sistema, concussão, corrupção passiva, prevaricação, violação de sigilo funcional e corrupção ativa. A atuação criminosa foi interrompida em 22 de junho com a operação Domiciano. Eles atuavam nas unidades de Uberlândia, Araguari e Monte Alegre, no Triângulo Mineiro. Na ocasião, também foram presos empresários e comerciantes da região.
Os crimes geralmente ocorriam quando os policiais denunciados eram escalados para trabalhar em conjunto e, durante sua jornada, surgiam oportunidades de obtenção de vantagens indevidas. Além de solicitarem propina para não lavrar infrações a motoristas flagrados em situação ilegal, era comum que os agentes fizessem “vista grossa” para o transporte irregular de maquinário agrícola, que, por suas dimensões, não poderiam trafegar na rodovia. Em alguns casos, chegavam até a fazer a escolta dessas máquinas, com utilização de guincheiros que também faziam parte do esquema.
Com a intenção de ludibriar a Delegacia da PRF, alguns policiais realizavam testes de bafômetro em si mesmos e lançavam as informações como se tivessem efetuado os testes nos condutores abordados. O objetivo era o de cumprir as metas de fiscalização de trânsito estabelecidas pela gestão e ganhar a pontuação correspondente na avaliação de desempenho individual. Entre outras vantagens, a avaliação os favorecia na escolha do período de férias, na progressão funcional e escolha de escala de trabalho.
Ou seja, além do gasto de material público, eles deixavam de executar as fiscalizações que efetivamente deveriam ser realizadas nas rodovias. Por isso, as denúncias pediram a condenação dos acusados também por dano moral coletivo. Também foi requerida a manutenção da prisão preventiva dos policiais, que se encontram detidos desde a operação.