Vítima de 57 anos estava na região rural de Guimarânia, no Alto Paranaíba. (Foto/Prefeitura de Guimarânia/Divulgação)
Um homem de 57 anos foi resgatado em situação análoga à escravidão na zona rural de Guimarânia, no Alto Paranaíba. Ele prestava serviços há cerca de 15 anos para a mesma família, sem qualquer registro formal, assistência médica ou direito trabalhista garantido. Durante todo esse tempo, recebia apenas R$ 200 por mês e tinha até os dados bancários controlados pelos empregadores.
O resgate foi realizado por uma força-tarefa composta por agentes do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) e pela Polícia Militar de Minas Gerais. A ação começou em uma propriedade localizada na região conhecida como Chapadão de Ferro, no município de Patrocínio, onde foram encontrados indícios de abandono, instalações precárias e sem condições mínimas de habitação.
Diante da suspeita de que os responsáveis haviam deixado o local para evitar a fiscalização, as equipes seguiram até Guimarânia, cidade vizinha, onde localizaram a vítima. Em depoimento, o trabalhador relatou não ter acesso a férias, atendimento de saúde ou qualquer tipo de proteção trabalhista.
O homem demonstrou desejo de retornar ao Paraná, seu estado de origem, e buscar reparação pelos anos de exploração. Após o resgate, ele foi encaminhado para acompanhamento psicossocial e assistência jurídica. O caso será encaminhado ao Ministério Público do Trabalho, à Delegacia Regional do Trabalho e a outros órgãos fiscalizadores, que deverão investigar e responsabilizar os envolvidos nas esferas cível e trabalhista.