CRIME

Triângulo Mineiro: “patrões” tatuam iniciais em trabalhador escravizado e são presos pela PF

Publicado em 28/04/2025 às 07:55
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Os três homens, foram encaminhados à Penitenciária de Uberaba e responderão por tráfico de pessoas para fins de trabalho escravo (Foto/Reprodução/MTE)

Os três homens, foram encaminhados à Penitenciária de Uberaba e responderão por tráfico de pessoas para fins de trabalho escravo (Foto/Reprodução/MTE)

Uma operação conjunta da Polícia Federal (PF) e do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) resultou na prisão de três homens acusados de manter duas pessoas em situação análoga à escravidão no município de Planura, no Triângulo Mineiro. O caso, revelado após uma denúncia anônima ao Disque 100, envolve graves violações de direitos humanos e crimes de tráfico de pessoas.

Segundo a PF, os suspeitos — um contador, um administrador e um professor, todos moradores da cidade — utilizavam uma instituição de ensino de fachada para aliciar pessoas LGBT+ em condições de vulnerabilidade. Eles ofereciam moradia, alimentação e oportunidades educacionais em troca da confiança das vítimas, que mais tarde eram submetidas a exploração e abuso.

As investigações apontam que um homem homossexual de 32 anos, natural do Nordeste, viveu em regime de escravidão contemporânea durante nove anos. Já uma mulher transgênero de 29 anos, de nacionalidade uruguaia, ficou sob controle dos suspeitos por aproximadamente seis meses. O relato das vítimas detalha práticas cruéis: o homem foi forçado a tatuar as iniciais dos agressores no corpo, como forma de marcar a "posse". Além disso, ele teria sido alvo de abusos sexuais filmados, utilizados posteriormente para chantagem.

A mulher trans resgatada relatou que, embora não tenha sofrido violência sexual, presenciou episódios de agressão física e psicológica. Durante o período de exploração, recebia entre R$ 100 e R$ 600 mensais. Em dezembro do ano passado, ela sofreu um acidente vascular cerebral (AVC), supostamente provocado pelo estresse contínuo e pelas agressões, e foi abandonada pelos agressores. Com apoio de amigos, conseguiu retornar à sua cidade de origem no Sul do país.

A operação que culminou nas prisões ocorreu entre os dias 8 e 15 de abril deste ano. Os três homens, que formavam um relacionamento afetivo entre si, foram encaminhados à Penitenciária de Uberaba e responderão por tráfico de pessoas para fins de trabalho escravo.

As vítimas recebem agora assistência médica, psicológica e jurídica oferecida pela Clínica de Enfrentamento ao Trabalho Escravo da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e pela Unipac. O caso lança luz sobre a vulnerabilidade de comunidades marginalizadas e reforça a importância de canais de denúncia e fiscalização permanente.

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