POLÍTICA

Após arremessar até granada contra policiais, Roberto Jefferson se entrega e é preso no Rio

Agência Estado
Publicado em 24/10/2022 às 06:15Atualizado em 16/12/2022 às 00:22
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O ex-deputado Roberto Jefferson (PTB) acaba de chegar à sede da Polícia Federal do Rio de Janeiro, após resistir por mais de oito horas a uma ordem de prisão do Supremo Tribunal Federal (STF) e ferir dois agentes policiais federais.

Jefferson se rendeu por volta das 19h em sua casa em Levy Gasparian, no interior do Estado, e seguiu para o Rio de Janeiro para ser preso em um dos presídios da cidade. Segundo fontes, ele deve ser interrogado e dormir na sede da PF. Na manhã de segunda-feira, seguirá para um presídio em Benfica, na zona norte do Rio.

Os dois policiais atingidos por Jefferson também passaram pela sede da PF para prestar queixa contra o ex-deputado.

Apesar da expectativa de manifestantes na porta da PF, apenas um casal ligado ao PTB, que não quis se identificar, estava no local para prestar solidariedade. Bolsonaro tentar se desvincular de Jefferson: 'Quem atira em policial é bandido'

- Prisão do criminoso Roberto Jefferson. pic.twitter.com/kWYq4GqRNp — Jair M. Bolsonaro 2️⃣2️⃣ (@jairbolsonaro) October 23, 2022

O presidente Jair Bolsonaro (PL) publicou um vídeo na noite deste domingo, 23, no qual anuncia a prisão do ex-deputado Roberto Jefferson, seu aliado, presta solidariedade aos policiais feridos na operação e afirma que o tratamento dispensado a quem atira em policiais "é o de bandido". Seu concorrente no segundo turno da eleição presidencial, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmou que nunca viu a sociedade brasileira com tanta raiva, e atribuiu este sentimento ao comportamento do adversário.

"Como determinei ao ministro da Justiça, Anderson Torres, Roberto Jefferson acaba de ser preso. O tratamento dispensado a quem atira em policiais é o de bandido. Presto minha solidariedade aos policiais feridos no episódio", afirmou Bolsonaro no vídeo.

A campanha à reeleição tenta desvincular de Bolsonaro de Jefferson. O presidente foi orientado a se manifestar rapidamente sobre o assunto. A avaliação é que o episódio pode atrapalhar a busca por votos dos eleitores indecisos na semana da votação do segundo turno.

Em entrevista a jornalistas antes da sabatina na TV Record, o presidente, além de tentar se afastar de Jefferson, buscou ligá-lo a Lula e ao PT. "Não existe qualquer ligação minha com Roberto Jefferson. Nunca se cogitou Jefferson na minha campanha. Jefferson e José Dirceu estavam juntos no mensalão", disse ele, referindo-se ao ex-ministro da Casa Civil no governo Lula apontado pelas investigações como líder do esquema de corrupção. Bolsonaro disse ainda que "Lula é criminoso e se comporta como oportunista no caso do Jefferson".

Recuo

Mais cedo, enquanto Jefferson resistia ao mandado de prisão, o candidato à reeleição publicou mensagem no Twitter na qual repudiava as ofensas proferidas pelo ex-deputado contra a ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF) - a quem chamou de "prostituta arrombada" - e criticou o ataque dele aos agentes da Polícia Federal.

Na mesma postagem, Bolsonaro voltou a criticar a atuação da Justiça dizendo repudiar a existência de inquéritos "sem nenhum respaldo na Constituição" e sem a atuação do Ministério Público, numa referência à investigação sobre as milícias digitais, no Supremo. "Repudio as falas do sr. Roberto Jefferson contra a Ministra Carmen Lúcia e sua ação armada contra agentes da PF, bem como a existência de inquéritos sem nenhum respaldo na Constituição e sem a atuação do MP", escreveu.

Durante coletiva de imprensa em São Paulo, Lula afirmou que as ofensas contra Cármen Lúcia não podem ser aceitas por ninguém que respeita a democracia. "Ninguém tem o direito de utilizar os palavrões que ele utilizou contra uma pessoa comum. Muito menos contra uma pessoa que exerce o cargo de ministra da Suprema Corte", afirmou.

O petista afirmou que já concorreu em muitas eleições, mas nunca viu a sociedade brasileira com tanta raiva como neste ano. "Estamos há 50 anos disputando eleições neste País e nunca vimos uma aberração dessa, uma cretinice dessa, que esse cidadão, que é o meu adversário, estabeleceu no País", afirmou. "Ele conseguiu criar uma parcela da sociedade brasileira raivosa, com ódio, mentirosa, que espalha fake news o dia inteiro, sem se importar se o seu filho está vendo ou não", disse.

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