A coordenadora da Creche Maria de Nazaré afirmou ontem que está sendo vítima de retaliação por parte da Central das Creches Comunitárias de Uberaba (Crescer). Ela negou o fechamento da entidade, afirmando que as aulas foram suspensas durante um período.
Vânia Célia Corrêa de Lima afirmou que a creche já está em pleno funcionamento. Segundo ela, as portas só ficaram fechadas cinco dias por conta de problemas financeiros. Disse ainda que a entidade não tinha como manter as crianças no local por falta de alimentação, acrescentando que durante este período não houve qualquer contato formal por parte da presidente da Crescer, Mariângela Camargos.
Vânia Célia confirmou que não participou das negociações quando da redução do repasse da verba pelo município porque o prefeito Anderson Adauto havia se comprometido a resolver o problema assim que regularizasse a arrecadação dos tributos municipais. Ela garante ser este o principal motivo da “perseguição política que está enfrentando por parte da Crescer”.
Por outro lado, a coordenadora admitiu que uma extensão da entidade, aberta em junho deste ano na praça Comendador Quintino, teve de ter as atividades suspensas em meados do mês de setembro por tempo indeterminado. “Ainda vamos reabrir, só estou aguardando a regularização de convênios e obtenção de fundos para manutenção”, salientou.
Vânia Célia também não negou denúncias de irregularidades na entidade. Segundo ela, como este ano foi a primeira vez que recebeu recursos do município, não sabia que teria de prestar contas mensalmente. Por este motivo, teve o convênio suspenso, mas no dia 6 de outubro participou de reunião com o prefeito e secretário de Educação para acertar procedimentos para regularização da documentação da creche.
Conforme a coordenadora, além do repasse de pouco mais de R$ 4 mil que a instituição recebe do município, também conta com a colaboração de voluntários por meio de parcerias com as faculdades, cedendo futuros profissionais das áreas de pedagogia e enfermagem.
A presidente da Crescer, Mariângela Camargos, negou a acusação de perseguição política ou retaliação. “Não tem lógica perseguirmos uma pessoa que está prestando um serviço público. Relatamos o que tomamos conhecimento por parte das próprias mães, que procuraram outra entidade com o bilhete de fechamento da creche nas mãos, preocupadas por não terem onde deixar seus filhos”, enfatizou Mariângela. Ela acrescentou ainda que é preciso um trabalho mais amplo de acompanhamento destas creches, o que não tem sido possível realizar, e conclamou o Poder Público para auxiliar nesta tarefa.