Deputado diz que estudantes de universidade devem ser queimados vivos

O deputado federal Bibo Nunes (PL-RS) afirmou, em em uma transmissão na internet nesta quinta-feira (20), que estudantes da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) merecem ser "queimados vivos". A declaração do parlamentar, um dos mais fieis aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL) no Estado, se deu após os alunos protestarem contra o corte de verbas públicas nas instituições de ensino superior por parte do governo federal. A unidade fica na cidade onde ocorreu a tragédia da boate Kiss, incêndio em 2013 que matou 242 pessoas e feriu outras 636 pessoas. Entre as vítimas estavam muitos estudantes da UFSM.

"Ser rico não é problema. Mas ser rico e não ter noção, ser uns coitadinhos... É o filme 'Tropa de Elite'. Sabbe o quê aconteceu lá? Olha o filme um. Pegaram aqueles riquinhos ajudando pobres, se deram mal, queimados vivos dentro de pneus. è isso que estes estudantes alienados filhos de papai que têm grana merecem", afirmou o parlamentar.

Bibo Nunes ainda chamou os estudantes de "inúteis", "que sempre dependeram da mesada do papai". Ele também criticou o apoio da maioria dos alunos ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

"Esses são os alunos da Universidade Federal de Santa Maria que foram protestar 'viva Lula, Lula lá'. Vocês são uma vergonha, a escória. Vocês têm que viver no lixo, no esgoto. Vocês são uns coitados, uns miseráveis", completou, dizendo ainda que eles não produzem nada.

"São parasitas que querem esconder essa incompetência de vocês através de um 'L' de Lula ladrão", disse o parlamentar, ainda afirmando que não estava ofendendo a honra e a dignidade de ninguém.

Após a fala do parlamentar, o reitor da UFSM, Paulo Burmann se manifestou por meio de um vídeo nas redes sociais, dizendo que houve um ataque injusto e covarde à instituição.

"Ofendeu e desqualificou estudantes e suas famílias que se manifestaram pacificamente contra os cortes que vêm sendo feitos na educação, na saúde e na ciência para alimentar o orçamento secreto. E que, entre outras coisas, impossibilita que eles continuem seus estudos e que a ciência avance. É um ataque arrogante, carregado de ódio, sem nenhum sentimento humano. Propositadamente ataca a instituição, seus servidores, gestores e seus estudantes sem nenhum conhecimento de causa", disse o reitor.