POLÍTICA

Lideranças repudiam desapropriações

Desapropriações de fazendas em Uberaba e Campo Florido estão gerando protestos entre as lideranças do setor rural. A decisão foi oficializada por meio de decreto...

Gisele Barcelos
Publicado em 11/10/2009 às 16:17Atualizado em 20/12/2022 às 10:08
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Desapropriações de fazendas em Uberaba e Campo Florido estão gerando protestos entre as lideranças do setor rural. A decisão foi oficializada por meio de decreto presidencial, publicado no Diário Oficial da União, quinta-feira, dia 8.

Para o presidente do Sindicato Rural de Uberaba, Rivaldo Machado Borges, a desapropriação fere o direito de propriedade dos fazendeiros e é uma medida injusta, pois o governo brasileiro não tem políticas econômicas voltadas para a sustentabilidade do campo. Ele ressalta que o setor passou por um longo período de crise por causa de variações climáticas e da alta no preço dos insumos.

Rivaldo também argumenta que os produtores buscam há tempos a renegociação de dívidas com o governo, para aliviar o sufoco dos agricultores, mas por enquanto, não houve avanço. “A improdutividade foi criada pelo próprio governo, porque não existem políticas econômicas para dar segurança ao produtor, que planta e colhe prejuízo. Como ter produtividade se não temos lucratividade?”, questiona.

Já o presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), José Olavo Borges, afirma que as desapropriações autorizadas são preocupantes, e causa estranheza que as medidas tenham atingido uma região como o Triângulo Mineiro, onde estão as fazendas mais produtivas do país.

Para José Olavo, as desapropriações precisam ser melhor estudadas, pois não são a saída. “Reforma não se faz desapropriando terra, mas dando condições para o pequeno produtor continuar na terra, com incentivos, maquinário e associações cooperativas. Não adiantar dar a propriedade para quem não sabe lidar no campo”, conclui.

A fazenda Inhumas, no município de Uberaba, foi invadida em janeiro deste ano e, a partir daí, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) iniciou processo para avaliar se a propriedade seria improdutiva ou não. Caso prevaleça a desapropriação, a fazenda poderá atender 40 famílias de trabalhadores rurais.

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