Câmara Municipal de Igarapava cassou os cinco vereadores acusados de exigir dinheiro do prefeito para aprovar projetos do Executivo. Conhecido como
Câmara Municipal de Igarapava cassou os cinco vereadores acusados de exigir dinheiro do prefeito para aprovar projetos do Executivo. Conhecido como mensalinho, o caso tomou repercussão nacional após prisão em flagrante dos parlamentares em março deste ano. A perda do mandato foi decidida em votação por unanimidade na madrugada desta terça-feira (13), entretanto, já existem contestações porque os suplentes que serão beneficiados com a saída dos acusados também votaram no processo.
De acordo com a presidente da Comissão Especial de Investigação (CEI) da Câmara, Denisse Mattar (PT), a cassação dos vereadores acusados de envolvimento no mensalinho não foi legítima porque a votação foi conduzida de forma errada. Ele revela não ter sido convocada para a sessão, assim como o colega de plenário Vicente de Paula (PTB). Além disso, a vereadora salienta que a orientação judicial era que os suplentes não tivessem voto na sessão, para evitar decisão em favorecimento próprio. Entretanto, o critério não foi obedecido e, segundo apurado pela equipe de reportagem do Jornal da Manhã, a convocação dos suplentes foi feita por indicação da assessoria jurídica do Legislativo.
A reportagem também apurou que a sessão foi iniciada por volta de 13h, tendo presentes os vereadores Eurípedes Barsanulfo e Marcelo Israel Soares dos Santos (PSDB), além dos suplentes Robson Souza Lisboa (PSDB), Eurípedes Gilberto da Silva (DEM), Leandro Silva (PV), Rosa Aparecida de Jesus (PT) e Paulo César de Morais (PMN).
Durante a sessão foram apresentados a denúncia sobre o esquema do mensalinho, a defesa de todos os vereadores e, por fim, o relatório da CEI. Na verdade, foram emitidos dois pareceres: um era assinado pelo relator do processo, Eurípedes Barsanulfo, pedindo a cassação dos cinco acusados, outro pelos outros dois integrantes da comissão, contrários à perda de mandato. Os trabalhos se estenderam até por volta de meia-noite e os sete presentes acompanharam o voto do relator.
Os acusados não compareceram à sessão e o advogado dos vereadores, Vilson Rosa, se recusou a apresentar a defesa do grupo. Ele argumentou que os processados deveriam ter sido chamados à sessão, declarando que os vereadores estavam passando por cima do regimento interno da Câmara e que iria recorrer na Justiça para anular a decisão. Antes, o advogado também impetrou mandado de segurança no Tribunal de Justiça de São Paulo para impedir a realização da votação, sem sucesso.
Os vereadores cassados José Eurípedes de Souza, José Laudemiro Alves, Sérgio Augusto de Freitas, Roberto Silveira e Alan Kardec de Mendonça ainda respondem em liberdade a processo criminal. Os acusados negam participação no mensalinho.
A reportagem do JM buscou informações diretas na Câmara, mas não havia pessoa autorizada a passar informação.