Visitando Paris, pude constatar o encanto de turistas por essas aves, quando eles trocaram o passeio à Torre Eiffel por algum tempo na praça
POMBOS
Em diversas cidades do mundo, veem-se pombos, principalmente em praças. Visitando Paris, pude constatar o encanto de turistas por essas aves, quando eles trocaram o passeio à Torre Eiffel por algum tempo na praça, jogando migalhas de alimentos para as aves, num dia em que os elevadores da torre não estavam funcionando.
A beleza dessa ave também encerra simbologias: ela representa o Espírito Santo, que, com o Pai (Deus) e o Filho (Jesus Cristo), integra a Santíssima Trindade. E a pomba branca simboliza a paz. Foi essa pomba que nosso amigo João Eurípedes Sabino identificou no traçado de algumas ruas de Uberaba.
Entretanto, apesar de toda a simbologia, pombos, além de deixarem piolhos, pulgas e muita sujeita por onde passam, transmitem toxoplasmose, micose, problemas respiratórios graves, dentre outras doenças.
Em Salvador, Bahia, pombos já são tão numerosos em praias, praças e pontos de ônibus, que, de acordo com a Secretaria Municipal da Saúde, viraram praga urbana. E o estado do Mercado Modelo em relação ao problema é considerado crítico.
Porém, nada disso justifica o “tiro ao pombo”, modalidade esportiva que constitui crime de desmedida crueldade. No dia 14 deste mês, 200 pombos caçados em Jundiaí foram resgatados pela Guarda Municipal e libertados. As aves seriam vendidas para um clube de tiro e, também, para rituais religiosos. Os dois homens flagrados com as aves responderão por crime ambiental.
E, embora não fosse essa a intenção, o Salgueiro, antes de desfilar no Sambódromo, no último carnaval, libertou 68 pombos, dos quais 48 morreram, tendo em vista o ambiente inóspito, que deixou desorientados os animais. A agremiação será autuada, uma vez que a ação é considerada criminosa. O processo de soltura de animais, segundo o Ibama, precisa ser planejado.
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No memorável soneto As Pombas, Raimundo Correia faz a comparaçã enquanto “aos pombais as pombas voltam”, os sonhos, que também alçam voo, “aos corações não voltam mais”.
Autoridades são responsáveis por fazer com que o número de pombos não fuja ao controle e nós, como cidadãos, podemos fazer nossa parte: devemos entender que eles são capazes de buscar na natureza os recursos para a sobrevivência. Em outras palavras, dentre outras atitudes, não precisamos nem devemos fornecer-lhes alimento. Com o número de pombos sob controle, talvez eles possam viver em paz e, como no tempo de Raimundo Correia, voltarem aos pombais.