ARTICULISTAS

Por que não utilizá-la?

Tenho me perguntado frequentemente

João Eurípedes Sabino
forumarticulistas@hotmail.com
Publicado em 06/12/2013 às 20:17Atualizado em 19/12/2022 às 09:56
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Tenho me perguntado frequentemente: O que leva jovens adolescentes a destruírem com frequência os bens públicos? Tomei como exemplo o Centro Municipal de Educação Avançada (Cemea/Abadia/Uberaba). O local recebeu três visitas indesejadas de jovens nos últimos vinte dias. Deixaram ali explícita a mensagem de que só lhes interessa o vandalismo.

Quando criança, fiz dupla com meu irmão mais novo e jogamos algumas pedras na vidraça já quase sem vidros de uma velha casa. A proprietária (que queria pegar algum bode expiatório) nos flagrou e, resultad nosso pai nos puniu com os rigores da época. Nunca mais jogamos pedras na janela de ninguém e nos emendamos. Hoje a grande maioria dos pais não passa de espectadores dos filhos e se rendem diante deles.

E por que destruir os bens pertencentes a nós mesmos? Aí me vem à recordação a trova do poeta Zé Ninguém: “Dibaxo duma árve de sicupira prêta êu garrei a maginá / Pruquê qui o home é tão sabido / Mais qué coa vida acabá?” Para quem o desconhece, Zé não sabe ler, mas questiona em versos o que os doutores têm dificuldade para responder. Os menores invasores do Cemea sabem que o primoroso local lhes pertence, mas querem vê-lo destruído. Por  quê?  Há três pensamentos inatos no gênero human o da mentira, o da destruição e o do roubo. Feliz daquele que consegue, por razões várias, não deixá-los manifestar. Isso me faz confiar na pureza daqueles jovens que haverá de prevalecer.

A meu ver, só há uma via de acesso aos “meninos” para convencê-los, a fim de que protejam o Cemea /Abadia e outros Centros, em vez de depredá-los. Os nossos educadores sabem que essa via é a da sensibilidade e por ela chega-se ao coração. Está aí a oportunidade para se convocar todo o bairro a  engajar numa campanha em nome da paz. Repressão policial, proibições, vigilância armada, alarmes, grades, cercas elétricas, etc. ficam a desejar diante da grandeza do pensamento do bem. Não posso admitir que os jovens invasores, cujo caráter está em plena formação, sejam essencialmente malfeitores. Em seus corações há uma porção de bondade que precisa ser devidamente explorada.

É válido lembrar que o Cemea invadido por três vezes está nos limites da figura urbanística da Pomba da Paz desenhada em nosso mapa. Por que não utilizá-la agora se o Sr. prefeito Paulo Piau é tão simpático a ela? Os jovens que cometeram as transgressões e seus pais sabem que a nossa ave existe ali. Só falta agora unirmos o útil ao agradável, ou seja, eles a ela.

 

 (*) PRESIDENTE  DO  FÓRUM  PERMANENTE  DOS  ARTICULISTAS  DE  UBERABA E  REGIÃO; MEMBRO  DA  ACADEMIA  DE  LETRAS  DO  TRIÂNGULO  MINEIRO joaosabino@mednet.com.br

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