ARTICULISTAS

Pouca chuva, pouca água

As notícias são alarmantes. O Sistema Cantareira, que fornece água

Mário Salvador
mariosalvador@terra.com.br
Publicado em 23/09/2014 às 19:18Atualizado em 17/12/2022 às 03:33
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As notícias são alarmantes. O Sistema Cantareira, que fornece água aos paulistanos, está no limite. Onde havia um mar, agora se vê um solo crestado. Rios já não são caudalosos em alguns estados. Em muitas cidades, a água está racionada.

As mudanças climáticas observadas atualmente são o resultado de ações nefastas do homem. Por destruir a natureza, agora ele precisa reinventar para ter água de beber. Técnicos já advertem que há a possibilidade de o esgoto, depois de passar por filtração, tratamento físico-químico e desinfecção, ser servido de novo ao povo. Com água de reuso, a Grande São Paulo teria mais duas Cantareiras.

A profecia de Antônio Conselheiro, na Guerra de Canudos, “O sertão vai virar mar e o mar vai virar sertão”, na verdade, já era famosa no sertão bem antes de ele a dizer. E não há como não nos lembrarmos dela em momentos de racionamento de água ou de inundação.

No meu curso ginasial, meu professor de Geografia afirmou que seria possível tornar perenes os rios secos do nordeste, se se transpusessem águas de rios da Amazônia. Haveria, possivelmente a necessidade de construção de túneis para se transpor alguma montanha, mas a bacia amazônica conseguiria abastecer os rios brasileiros de outras regiões. Foi uma aula marcante. Lembro-me disso quando leio que o rio Madeira, por exemplo, teve cheia recorde, chegando a dezenove metros acima do normal. E a vazão desse rio daria para encher em segundos os reservatórios hoje secos.

O governo iniciou a transposição de águas do rio São Francisco. Mas o nível desse rio também está baixo. Em muitos lugares, a obra foi simplesmente abandonada e o povo continua sem água. E talvez continuasse, mesmo com a obra pronta, uma vez que os que se opuseram a ela garantem que o objetivo da transposição era simplesmente econômico. 

Uberaba não está livre do problema das águas. O rio Uberaba está com nível baixo e está sendo feita a transposição de águas do rio Claro para ajudar no abastecimento da cidade. A Prefeitura decretou estado de emergência e está multando quem lava calçadas ou carros. Esse problema nos faz lembrar de que, nas eleições de 1972, João Pedro de Souza, um dos candidatos a prefeito de Uberaba, afirmou que o município deveria buscar água no rio Grande e foi muito criticado.

Uma dança da chuva nessa hora cairia bem. Brincadeira à parte, enquanto o rio Grande fica por lá “de boa”, como diriam os jovens de hoje, nosso dever como cidadãos é usar a água com consciência, ou seja, com parcimônia. Sempre; não apenas em época de racionamento. E que providências definitivas e profícuas nesse sentido sejam adotadas com urgência por nossa cidade.

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