De fato, “Cada qual na sua”, isto é; cada qual com os seus conhecimentos. Por isso, não sei como enfiar na cachola, o que a Justiça brasileira inventa. Não sei se noutros países ocorre o mesmo. Seja como for, não consigo compreender prisão Semiaberta, Aberta e Domiciliar. Sempre entendi que prisão é estar atrás das grades, numa cela fechada, com um colchão no chão ou sobre a cama—tanto faz. Quem tem sono, dorme onde o colchão estiver. Duvida? Apanhe uma enxada e se coloque a capinar uma roça de pés de milho já crescidos, para sentir suas folhas roçando-lhes o pescoço, causando-lhes doloridos arranhões. Continue. Não tardará, um suor quentinho os salgará completando a tarefa que lhe fará dormir e roncar onde o colchão estiver. Dar a certos condenados uma prisão Semiaberta, Aberta ou Domiciliar ou preservar a outros, uma sala diferenciada tão só porque se dizem ser isto ou aquilo, é outra discriminação que também não consigo compreender. São por tais belezas que a Justiça inventa que as coisas andam acontecendo. Claro que para a civilização atual embora merecedora, aquelas condenações do passado hoje não mais são concebíveis — mas, se as punições por aqui fossem severas, o nosso Brasil seria sereno a nos permitir dormir no colchão onde ele estivesse. Também, se o Brasil quisesse ouvir o seu povo (Plebiscito), certamente o brado seria o de punição severa — olha lá, senão pela radical... Alguns povos que optaram por elas, relatam que seus resultados não foram convincentes. Tentar é válido, principalmente quando se tem por conhecido o principi “Nunca considere exato, o resultado da primeira medida.”. Entende-se que se deva repeti-la. De qualquer forma, parece ser urgente rever o sistema de punição. Se daquela Fechada não resulta reversão, o que se espera da prisão Semiaberta, Abertas e Domiciliar? Alguns entendem que a justiça brasileira apenas mira a Fiança. Não é bem assim, dirão os especialistas — mas é assim que os ladrões, que os assassinos a tem sem “Medo”, embora seja ele, grande disciplinador, mormente quando se põe a vida em jogo. Se a punidade fosse severa, o infrator logo entenderia o sentido do provérbi “O risco que corre o pau, corre o machado”. Na Enciclopédia Portuguesa de Maximiano Lemos, encontramos: “No tempo do imperador Adriano, o condenado era queimado. No Egito, era atravessado por estiletes. Na China, era devorado pelas serpentes. Na África, era amarrado para ser comido pelas moscas selvagens”. Quem hoje a isso se arriscaria? Eis o medo... Contam que um pescador ferrou um grande peixe. Não conseguindo retira-lo, amarrou a linha na canoa e deixou que a puxasse para onde quisesse. Tranquilo pitava o seu cigarrinho. Os pescadores nos barrancos gritavam: — “Olha a cachoeira... Olha a cachoeira”. O pescador continuava pitando tranquilo. Em lá se aproximando, o peixe que também conhecia aquela temida, fez uma curva fugindo do perigo. Quando o pescador desceu em terra, lhes perguntaram se não havia ficado com receio? Juntando as pontas dos dedos Polegar e Indicador, quis que entendessem que: Quem o tem... Tem medo — mas, mesmo todos tendo, ninguém tem medo da justiça brasileira, não. Prisão Semiaberta, Aberta ou Domiciliar, por aqui, é só “Pra Inglês ver”, como se dizia antigamente quando se desejava enganar.