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Prefeito: é perfeitamente merecedor

Jovialmente sorriu-me, era um sorriso largo e fino

Gilberto Caixeta
gilcaixeta@terra.com.br
Publicado em 29/04/2014 às 19:30Atualizado em 19/12/2022 às 08:01
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Jovialmente sorriu-me, era um sorriso largo e fino. Seus olhos de paz nos fazem mergulhar. Fala sorrindo, sem perder a veemência das convicções ou vulgarizar as ideias. Assim, é um pouco da irmã dominicana Ângela. Dentre as suas reivindicações, está uma das mais importantes para os frequentadores da Capela do Nossa Senhora das Dores, como para historiadores e apreciadores da cultura local, que é a iluminação desta Capela. A Capela, está ali no quadrilátero histórico de Uberaba. São 85 anos de história arquitetônica e de ações fraternais alojadas por meio das mãos das irmãs Dominicanas. Ao lado do Colégio Nossa Senhora das Dores, fica a Capela. Sua arquitetura ampara os fiéis em ambiente bucólico e de fé. O seu interior é magnificamente simples e acolhedor. Um dos desejos das irmãs dominicanas, hipotecado pela comunidade, é ver revigoradas as suas luzes internas e iluminá-la externamente. Permitindo, assim, aos admiradores da história e da arquitetura observá-la em seus detalhes, que não se perdem durante o dia. Sem falar da beleza que ficará aquela localidade, entristecida depois da desaceleração da ocupação do Pachecão e do Uberaba Tênis Clube. Mas ali, quase na esquina, está a Capela em pleno funcionamento, principalmente aos domingos, quando um jovem celebrante irriga a todos com a sua homilia, recheada de sabedoria e de compreensão das diferenças históricas entre o momento em que se escreveram os evangelhos e os dias atuais. Ninguém, absolutamente ninguém sai daquela Capela sem ser provocado à reflexão e à compreensão do processo que se vive. É nesta Capela que o canto glorioso do jovem Thiago ecoa aos domingos, acalentando e desacelerando as inquietações. Não há coração endurecido que não se comova com aquela voz de louvor, de uma sonoridade a invejar qualquer tenor. A Capela de Nossa Senhora das Dores está no Inventário do Patrimônio Cultural de Uberaba; pesquisa coordenada pela professora Tânia Alves e catalogada em publicação pelo jornalista Chico Marcos. Ali, ao ser historiada, diz que é de inspiração francesa, teve a sua construção iniciada na década de 20 do século passado e concluída em 1930. Essa Capela se identifica estilisticamente com o neorromânico, com as suas pedras de tapiocanga externas, de telhado bastante inclinado. Seu altar-mor é simples, suave, leve. Essa Capela abriga o único museu das Irmãs Dominicanas no mundo, o Memorial Dominicanas de Monteil. “Em seu acervo estão objetos sacros da congregação, materiais didáticos usados na história centenária do colégio, uma coleção de fósseis e rochas minerais, além de extenso material fotográfico que mostra a evolução social de Uberaba no século XX”. É esse acervo cultural imaterial e material que pede a sua iluminação. E aqui, neste espaço, só posso me endereçar ao prefeito Paulo Piau. Prefeito, dentre as suas prioridades administrativas você poderia incluir mais essa. Contemplar essa história arquitetônica, de bens imaterial e material, com uma proposta de iluminação. Que tal! Creio que o pleito é justo e factível diante da leveza e da sua sensibilidade com o bem essencial que é a cultura.

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