É complicado falar de derrotas. Pois, depois que elas acontecem, é muito fácil, e chega a ser covardia...
É complicado falar de derrotas. Pois, depois que elas acontecem, é muito fácil, e chega a ser covardia, dizer que já sabia que as coisas terminariam daquela forma: com derrota.
Mas, mais do que uma cronicazinha bonitinha, exaltando os jogadores e dizendo que os caras foram guerreiros e suaram sangue (o que não aconteceu em nenhum momento dessa Copa do Mundo) é preciso ter coerência para perceber que a atuação da Seleção Brasileira durante toda a competição foi esdrúxula e, no final das contas, a desclassificação foi justa, justíssima.
Pelo futebol apresentado, a Holanda mereceu vencer, tanto quanto o Brasil mereceu perder.
Ainda concordo com os mais sábios: futebol não tem nada a ver com merecimento. Tem a ver com competência. E mesmo sem jogar um futebol brilhante, sem nada de especial, apenas avançando a marcação e não deixando Kaká e Robinho tocarem na bola, os competentes holandeses decidiram a partida em dois lances de bola parada; este, aliás, o ponto “forte” do nosso time!
Felipe Melo não é o culpado. Júlio César, que falhou no primeiro gol, também não é culpado. Aliás, não existem culpados.
Derrotas acontecem, fazem parte do futebol. Para alguém vencer, outro precisa perder. Dessa vez, perdemos.
Seria Dunga o grande culpado? Acho que não. Ele apostou em suas convicções e não fez isso sozinho. A comissão técnica existe para auxiliá-lo e dar opinião a respeito da convocação. Sendo assim, Dunga não convocou esta seleção sozinho.
Caro leitor, amigo torcedor, todos sabemos que se tivéssemos a chance de convocar uma seleção, muitos ficariam insatisfeitos com nossas escolhas. É preciso, pois, perceber que o Dunga, por mais teimoso que seja, fez o que achava certo e fez o seu melhor. Porém, é preciso ter consciência de que o melhor do Dunga é bem abaixo do que se precisa para conquistar a Copa do Mundo. Ele é tudo, menos um bom técnico de futebol.
Durante o jogo contra os holandeses, com o seu time correndo atrás do placar, o chefão da Seleção Brasileira deve ter percebido seu grande erro. Deve ter sido triste para o Dunga olhar para o banco de reservas e não ter quem colocar no time, na tentativa de virar o jogo. Havia volantes demais e jogadores de qualidade de menos. Havia comprometimento, claro, mas só isso não ganha jogo. Faltou habilidade, competência, controle emocional e, principalmente, aquilo que diferencia o nosso futebol do futebol jogado no restante do mund faltou o futebol brasileiro na África do Sul. Enquanto todos os técnicos levaram para a África o que tinham de melhor, o Brasil se deu ao luxo de deixar o melhor por aqui...
... É tenso!
Pode parecer que falta muito, mas 2014 está logo ali e é preciso que a tão esperada reformulação em nossa seleção seja iniciada, e que o Brasil, que jogará em casa, tenha em campo e também no banco de reservas, os melhores jogadores do mundo. Para isso, precisamos começar com um bom técnico. Não precisa ser durão, carrancudo e mal humorado e tão pouco um Maradona da vida, o qual queria aparecer mais do que a própria seleção argentina. Só precisa ser competente!