ARTICULISTAS

Prisioneira de Hugo Chávez

Ninguém menos do que uma juíza caiu nas garras do ditador Hugo Chávez

João Eurípedes Sabino
forumarticulistas@hotmail.com
Publicado em 10/09/2010 às 20:34Atualizado em 17/12/2022 às 06:41
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Ninguém menos do que uma juíza caiu nas garras do ditador Hugo Chávez. Não fosse a gravidade do assunto e a sua repercussão, talvez eu tivesse me dedicado a outro tema para dissertar. Hoje, muitos de nós estranhamos tamanha barbaridade e o pior é que tudo está acontecendo às nossas costas; na Venezuela. A juíza Maria de Lourdes Afiuni paga altíssimo preço por ter concedido liberdade a um banqueiro. Ela está presa a nove meses sem tomar sol. 

O(a) juiz(a) antes de tudo é um ser humano e como tal é passível de equívocos. Todavia, ao representar a instituição que nos julga, é natural que ele(a) tenha certa blindagem dimensionada pelo estado de direito. Na Venezuela, o Devido Processo Legal se mostra enfermo...

 Estão vivas em nossa memória as ordens dadas pelo Juiz Federal Fausto Martin De Sanctis para prenderem o banqueiro Daniel Dantas. Recordemos também dos mandados de soltura vindos de Brasília. Para Hugo Chávez, nesse caso quem deveria ser preso e por causa de quem? Felizmente, não vimos essa onda de extremo mando passar por aqui como assistimos noutros tempos...

Todo ditador sequer imagina perder a razão, esquecido de que: ninguém perde o que não tem. Ele age quase sempre pelo instinto, compulsão mental onde as faculdades da inteligência não atuam. Só o fato de imaginar o seu “poder” enfraquecido; pensamentos tiranos mandam o ditador espezinhar cidadãos, infundir temor e achar-se infalível. Ao que concluo, S.Exa., a juíza Afiuni, respaldando-se na lei; em sua consciência e na proteção funcional desagradou profundamente ao mandatário venezuelano. Hoje ela corre risco de morte ao estar recolhida junto a criminosas que um dia julgou. Organismos aglutinadores de juízes, promotores de justiça, advogados e serventuários do Judiciário, incluindo-se até peritos judiciais, etc., não podem calar-se diante desse fato. A imprensa livre imprime sua marca importantíssima nesses momentos.

Quando a cidadania é estrangulada de cima para baixo, sacrificando aos que nos julgam, tudo aponta para o abismo e aí perdemos a esperança. Os tribunais existem para reparar distorções e quem se sentir injustiçado deve a eles recorrer. O perigo está, não só no ato isolado de um ditador, mas principalmente na proliferação do mal que ele faz. E seguidores existem aos montões...

(*) presidente do Fórum Permanente dos Articulistas de Uberaba e Região; membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro

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