A existência humana não é uma causalidade. A criação da pessoa tem um princípio bem determinado
A existência humana não é uma causalidade. A criação da pessoa tem um princípio bem determinado, um projeto querido pelo Criador, que é a vida na sua realização e plenitude. Para que isso aconteça, Deus conta com a participação consciente e responsável do próprio indivíduo, com o desempenho de uma missão, fundamentada numa vocação, que faz parte do seu existir.
A vida de cada pessoa precisa ter marcas históricas que a projetam para um caminho de realização pessoal. Deve ser uma construção ascendente e de encontro com o bem, e o maior bem é colocar em prática os ensinamentos de Jesus Cristo. Vemos isso na vida de muitos Santos, reconhecidos oficialmente como tais pelas autoridades da Igreja e venerados pelos cristãos.
As motivações de ânimo são essenciais para cumprimento do projeto de Deus para cada pessoa. A cultura moderna apresenta sombras que obscurecem o sentido da vida. É o caso de a pessoa ficar sufocada e totalmente submissa num individualismo de infecundidade que destrói a esperança. Com isto a vida deixa de ter sentido, passa a ser ameaçada e acaba sendo destruída na sua totalidade.
Todo bom projeto de vida deve focar a realização do bem, principalmente do bem comum, o bem social. Mas isto só é possível ao enfrentar e superar os desafios projetados, contrariamente, pelo mal. Então, é uma luta entre duas forças divergentes e antagônicas. O caminho a percorrer é de portas estreitas e muito exigentes dentro do mundo da secularidade e exacerbadas pela midiática moderna.
Para o cristão, o projeto de uma vida autêntica depende de testemunho de fé e de experiência profunda com Deus. É processo de luz, de comunicação com o mundo e com as pessoas numa dimensão de amor e fraternidade. Essa atitude, quando verdadeira, consegue transformar as relações de convivência. Com isto, a vida passa a ter nova dimensão, um novo sentido e ser muito mais saudável.
As palavras vocação e missão, dentro do projeto de vida, elevam a dignidade das pessoas e as fazem construtoras de novos projetos. O grande projeto mesmo é chegar à santidade, ao encontro pessoal com Deus em Jesus Cristo. Com isto, todo tipo de mal deve ser rechaçado, porque ele impede a pessoa de construir o bem e de atingir os objetivos que possibilitam uma vida feliz.
(*) Arcebispo de Uberaba