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Propaganda

Diz o ditado que propaganda é a alma do negócio

Mário Salvador
mariosalvador@terra.com.br
Publicado em 21/01/2014 às 20:22Atualizado em 19/12/2022 às 09:22
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Diz o ditado que “propaganda é a alma do negócio”. No tempo do rádio, já se veiculavam propagandas marcantes. É o caso do xarope “bom para a tosse do vovô, a bronquite da netinha e o pigarro do papai”: o Grindélia de Oliveira Júnior (Oi!). O toque sutil do comercial era justamente o “oi!” ao final, recurso coincidentemente usado hoje por uma empresa de telefonia, com lindas crianças dizendo um “oi” (nome da marca) difícil de esquecer. Também no tempo do rádio, não nos saía da cabeça o “Melhoral, Melhoral: é melhor e não faz mal.”, com sua mensagem simples e objetiva.

Algumas propagandas são bem apelativas (apesar de ser justamente essa a sua função, na tentativa de persuadir o receptor). Outras, entretanto, são marcadas pela criatividade. E quando a propaganda é bem feita, fica na cabeça do consumidor.

É o caso da propaganda dos cobertores Parahyba. Ela trazia uma animação com um menininho pronto para dormir, caminhando para a cama, ao som da música: “Já é hora de dormir, não espere mamãe mandar. Um bom sono pra você e um alegre despertar”. Cristina, a primogênita, então com três anos, como outras crianças da época, mal acabava o anúncio, ia se deitar, sem que precisássemos chamá-la para isso.

Há propagandas caras, que envolvem muita gente... e nada fica na cabeça. É o caso de certas propagandas eleitorais. Em compensação, memorável foi a do Enéas, que, mesmo tendo apenas um minuto para dar seu recado (terminava sempre com “Meu nome é Enéas!”), um dia acabou sendo eleito.

Outras propagandas memoráveis tiveram seus garotos propagandas, como Chico Anysio (Havaianas), Luiz Otávio Possas Gonçalves (o baixinho da Kaiser) e Carlos Moreno (Bombril). Muito antes de ser obrigatória a advertência feita ao final das propagandas de bebidas, a Seagram, por muitos anos a maior destilaria de bebidas alcoólicas do mundo, dedicou belíssimo comercial somente sobre essa advertência, enquanto um lindo menino abria muito lentamente um sorriso na nossa telinha.

O governo, um dos maiores propagandistas, faz a alegria de agências de publicidade e veículos de comunicação, embora tente valorizar produto de baixa qualidade, enquanto o cidadão paga por tudo. A propaganda do recadastramento biométrico, por exemplo, que todos já vimos à exaustão, é um exemplo disso. Em Minas Gerais (só para citar um dos Estados), já passaram pelo recadastrament Brás Pires, Divinópolis, Dores do Turvo, Senador Firmino e Tapira. Só! (Conhecem todas essas cidades?) A pergunta é: é justificável essa propaganda: (1) paga pelo povo, (2) com produção sofisticada, (3) de longa duração, (4) veiculada várias vezes no dia, (5) durante meses, (6) inclusive em horário nobre, (7) em várias emissoras, (8) dizendo respeito a apenas cinco das 853 cidades de Minas, (9) falando de um recurso que nem é cem por cento seguro?

Propaganda não é tudo. Ela é só um dos aspectos que o marketing de uma empresa envolve. Como consumidores, temos que perceber essa jogada e optar criticamente pelo que queremos consumir. Educação é um dos caminhos para fazermos as escolhas certas. Quanto às propagandas do governo, o povo tem direito de exigir que o dinheiro dos impostos seja bem empregado. Cruzar os braços diante dos fatos é omissão cara.

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