Encontrei-me dia destes com Dedê Praes quando esta tomava um café com uma amiga, na galeria de um shopping local. Na ocasião, ela reiterou seu apreço pelos artigos que venho escrevendo e publicando neste Jornal.
Saí dali pensando que certa vez ouvi que lemos para conhecer os pensamentos alheios e escrevemos para os outros nos compreenderem. Escrever revelando o que nos vai na alma é um ato de coragem. Publicar, coragem maior ainda! É estar sujeito ao crivo e julgamento alheios, a começar dos revisores, editores e, ainda, dos leitores que hoje se encontram espalhados pelo mundo e com todos os níveis de gostos e exigências.
Escrevo, movida pela cobrança interior de fazer render ao máximo os talentos que Deus me concedeu. Sustento-me também pelos retornos positivos que recebo, nos momentos e formas mais inusitados, inclusive de pessoas de comprovada inteligência, como a amiga citada neste artigo.
Falar nesse assunto me remete a uma parábola do evangelista Mateus, que aprendi nos meus tempos de infância e catecismo e que muito me toca:
“Pois será como um homem que, ausentando-se do país, chamou os seus servos e lhes confiou os seus bens. A um deu cinco talentos, a outro, dois e a outro, um, a cada um segundo a sua própria capacidade; e, então, partiu. O que recebera cinco talentos saiu imediatamente a negociar com eles e ganhou outros cinco. Do mesmo modo, o que recebera dois ganhou outros dois. Mas o que recebera um, saindo, abriu uma cova e escondeu o dinheiro do seu senhor. Depois de muito tempo, voltou o senhor daqueles servos e ajustou contas com eles. Então, aproximando-se o que recebera cinco talentos, entregou outros cinco, dizend Senhor, confiaste-me cinco talentos; eis aqui outros cinco talentos que ganhei. Disse-lhe o senhor: Muito bem, servo bom e fiel; foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor. E, aproximando-se também o que recebera dois talentos, disse: Senhor, dois talentos me confiaste; aqui tens outros dois que ganhei. Disse-lhe o senhor: Muito bem, servo bom e fiel; foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor.
Chegando, por fim, o que recebera um talento, disse: Senhor, sabendo que és homem severo, que ceifas onde não semeaste e ajuntas onde não espalhaste, receoso, escondi na terra o teu talento; aqui tens o que é teu. Respondeu-lhe, porém, o senhor: Servo mal e negligente, sabias que ceifo onde não semeei e ajunto onde não espalhei? Cumpria, portanto, que entregasses o meu dinheiro aos banqueiros, e eu, ao voltar, receberia com juros o que é meu. Tirai-lhe, pois, o talento e dai-o ao que tem dez. Porque a todo o que tem se lhe dará, e terá em abundância; mas ao que não tem, até o que tem lhe será tirado. E o servo inútil, lançai-o para fora, nas trevas. Ali haverá choro e ranger de dentes.” Mateus 25:1-30
Quem me lê com frequência já deve ter percebido que gosto de finalizar sempre com algum questionamento que permita ao leitor posicionar-se em relação ao assunto em questão e, hoje, em especial, te convido a refletir como tem se posicionado no que diz respeito aos seus talentos pessoais.
Você sabe quais são? O que tem feito com eles ao longo de sua vida? Se fosse chamado hoje para prestar contas ao Senhor, com qual dos três servos da parábola você se identificaria?
Pense nisso e assuma que nunca é tarde para desenterrar talentos e fazê-los multiplicar cem por um. Dentro de você pode haver um (a) artista ou um profissional abortado (a) e clamando para ser deixado (a) nascer e brilhar aos olhos de si mesmo (a) e do mundo!