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Quando a arte vence

Infelizmente eu não vi o Pelé jogar. Já assisti a alguns DVD’s e programas dedicados ao Rei e, pelo amor de Deus... o cara jogava muito...

Paulo Fernando Borges
paulofernando1981@gmail.com
Publicado em 03/08/2018 às 10:18Atualizado em 20/12/2022 às 14:14
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Infelizmente eu não vi o Pelé jogar. Já assisti a alguns DVD’s e programas dedicados ao Rei e, pelo amor de Deus... o cara jogava muito! O futebol do Pelé era algo que, se a pessoa não estivesse presenciando ao vivo, bem poderia imaginar se tratar de montagem. Futebol arte, bonito, clássico, eficiente e vencedor ao mesmo tempo. Tanto é verdade, que o Santos, na época do cara, era quase imbatível. Isso, sem contar o que ele deu à nossa seleção.   Algum tempo depois, em 1982 para ser mais exato, veio a fantástica seleção orquestrada por Telê Santana e recheada de bons jogadores, alguns craques, como Zico, Sócrates e Falcão. Entretanto, apesar disso, aquele time, tido como favorito para conquistar a Copa do Mundo da Espanha, não conseguiu passar pela Itália, de Paolo Rossi. A Azurra não tinha o futebol mais bonito, porém, era eficiente e venceu.   Ah, sim. Por que estou falando isso? Vou explicar. Assistindo aos amistosos internacionais realizados nesta semana, fiquei contente em ver que algumas seleções, mesmo utilizando-se de outros fatores, como força e esquemas táticos que mais parecem expressões de álgebra, ainda apostam na arte, no bom jogador, naquele cara capaz de fazer a diferença quando com a bola no pé. Outras, se não tem “aquele” jogador, contam com o futebol bem jogado, tocado, clássico e envolvente, como no caso da Espanha, atual campeã européia e que derrotou a Inglaterra do pop star David Beckham. Aliás, com tantos bons jogadores, a Inglaterra poderia ser bem melhor. Vocês não acham?   A Argentina, de Maradona e Messi, colocou a França na roda e venceu, com direito a gol do craque do Barcelona. Messi, para mim, tem tudo para ser eleito o melhor jogador do planeta, em 2009. Enquanto isso, a seleção lusa, do metidinho, mas bom de bola Cristiano Ronaldo, brincou, fez firulas e armou um grande circo para derrotar, com um gol de pênalti, a Finlândia, com seu futebol gelado e chato. Assisti aos melhores momentos desse jogo e ficou evidente para mim o que quase todo mundo já sabe. Não adianta ficar driblando e fazendo jogadas de efeito se o objetivo não for buscar o gol. Futebol deve ser jogado para frente. Quer fazer graça, faça. Mas, por favor, Cristiano Ronaldo, vai pra cima dos caras!   E o Brasil? E o tira-teima entre a Seleção Canarinho versus a Esquadra Azurra, atual campeã do mundo? Como foi o jogo do time dirigido pelo Dunga, sem a presença de Kaká? Foi ótimo. E melhor ainda para nós! Robinho, Ronaldinho, Elano e companhia deram show, sobretudo no primeiro tempo. E eu, após ver, rever e rever aquele gol do Robinho, me enchi de esperanças em saber que o futebol arte pode, sim, ser vencedor; o jogador diferenciado e capaz de fazer mágica com a bola nos pés, pode, sim, ajudar sua equipe a superar adversários, contrariando aqueles que pensam que eles só estão ali para prender a bola e ganhar faltas. Talvez estejamos sendo agraciados por algo que muitas gerações perderam. Ou seja, aquele futebol mecânico, bobo, chato, mas que vence e por isso faz acreditar que seja a melhor opção, ainda que aos poucos vai dando espaço maior ao futebol arte, interessante, capaz de nos tirar o sono e, além de tudo, vencedor. Ainda há esperanças!

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