ARTICULISTAS

Raízes profundas

O destino tem as suas providências, que na maioria das vezes demoramos entendê-las

João Eurípedes Sabino
forumarticulistas@hotmail.com
Publicado em 12/08/2011 às 20:18Atualizado em 19/12/2022 às 22:52
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O destino tem as suas providências, que na maioria das vezes demoramos entendê-las. No dia 13 de agosto de 1976, na sala do prefeito Hugo Rodrigues da Cunha, tomei posse no cargo de diretor do Estádio Engenheiro João Guido, o Uberabão. Do jornalista Luiz Gonzaga de Oliveira, oficial de gabinete, recebi aquele gigante quase todo destelhado por um vendaval, ocorrido no ano de 1974. Raul Jardim publicava todos os dias no jornal Lavoura e Comércio a foto do estádio descoberto. Logo me convidou para uma entrevista e, depois disso, só fez elogios. Recebi dele uma injeção de estímulos que, passados exatos 35 anos, não deliciei ainda todos os frutos angariados.

Assisti ali à estreia do Uberaba Sport Club no Campeonato Nacional, sob a presidência de Whady Lacerda. Resolvemos o problema da drenagem do campo a custo quase zero, apesar dos alagamentos serem vistos na época como intransponíveis. O funcionário Antônio Sousa de Oliveira, que ainda trabalha no estádio, foi um dos que ajudaram naquela solução.

Passadas três décadas, lamento só ter voltado àquele gramado por duas vezes. A primeira fora no dia 26/10/07, quando senti a emoção de ver a Banda Marcial dos Fuzileiros Navais, comandada pelo uberabense Cap. de Corveta FN, André Luís Rodrigues do Nascimento, desenhar naquele tapete verde a figura da Pomba da Paz, existente no mapa de Uberaba. A segunda vez ocorreu no dia 01/08/11, quando, convidado pelo jornalista Ilídio Luciano, ali estive com a equipe da TV Integração para dar meu depoimento sobre a vinda do craque Djalma Santos para Uberaba. Eduardo Idaló, Flávio Henrique e Leander de Oliveira preparam um especial sobre o maior lateral do mundo.

Em temp Tendo o Uberabão como cenário, mirei obras do meu tempo e me lembrei do saudoso Totinho (José Antônio Costa), assessor de Moura Miranda, pedindo-me para mandar cobrir as cabines da imprensa e a tribuna de honra. A chuva entrava pela laje, molhava os narradores e seus equipamentos. Totinho foi atendido e os serviços lá permanecem.

Narrei que Djalma Santos aqui chegou com a família, no início dos anos oitenta, e foram residir num imóvel de minha propriedade. Num dos seus regressos da Arábia Saudita, Djalma me comprou o Ap e nele morou por um bom tempo. O que os produtores do audiovisual viram neste fato? “A casa própria é a primeira forma de o homem lançar raízes profundas no lugar que escolhe para viver”, disseram.

Djalma Santos muito me honra por eu ter sido, modestamente, um dos primeiros a colaborar com a sua estada em Uberaba, que espero seja para sempre.

(*) Presidente do Fórum Permanente dos Articulistas de Uberaba e Região; membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro

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