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Reflexões quaresmais

João Gilberto Rodrigues da Cunha
Publicado em 09/03/2011 às 11:25Atualizado em 20/12/2022 às 01:17
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Escrevo antes, mas esta crônica sairá depois do carnaval. Vai daí que não tenho nada pra contar do tal “Período de Momo”, carro-chefe dos estrangeiros que querem nos conhecer – e pensar que nosso carnaval é diário e eterno. Alguns devem ter passado decepções e apuros, os assaltos e as violências que o nosso submundo adora aplicar nos curiosos do tal primeiro mundo.

Eu, que já assisti de camarote a dois desfiles das escolas de samba, estou vacinado daquela multidão que não samba, apenas troteia aos trambolhões, empurradas umas pelas outras, uns crioulos enfeitados dando ordens e apitos desconexos – e umas donas “subpeladas” nuns carros que enguiçam pra lá e pra cá – tudo igual e monótono por dois dias a que chamam de “A glória do nosso carnaval”. Deus me livre!

Bem, agora entramos na Quaresma, que pelo menos tem pensamentos e condutas mais dignas nas cabeças humanas. Escrevo com alto risco, afinal, tudo já passou e pode ter sido diferente da minha crítica inicial – mas eu duvido. Portanto, se me entendem, esta crônica é uma futurologia do passado. Agora fui fundo, nem o Dino entendeu. Interpretando meu pensamento, gostaria de saber o comportamento da presidente Dilma neste baculerê da Marquês de Sapucaí. Se ainda fosse Lula, a coisa seria festiva, popular e irresponsável – ele vagando pelos camarotes, o rosto meio vermelho da gasolina azul e luzes fotográficas – o cara simpático que apresentou ao mundo um bebê alegre de pouca responsabilidade... Vejam a atitude dele com a Líbia, antes solidária e amiga, agora mandando o Cadafi se virar sozinho. Deixa pra lá.

Já a Dilma, em meu voo destes dias, penso ter sido bem diferente. Um rosto alegre e sorridente, participante, sem risco de vulgaridade, nada de varar noite e dia, “tenho mais o que fazer” é sempre a impressão que ela me deixa. Não sou profeta nem visionário, mas o “petismo” poderá se decepcionar com nossa presidente. Nunca acertei na rifa ou na sena, mas votei na Dilma contrariando meu grupo social-esportivo. No meu humilde e ignorante pensar, o Brasil tem em Dilma a seriedade, o trabalho e a competência que internamente necessitamos.

Acho que o Lula teve seu lugar, o folgadão do mercado mundial apoiado de dois lados: a crise financeira dos ricos e o crescimento da nossa riqueza em produção e exportação. Dilma, no meu pensar, vai ter que molhar a camisa (ou blusa?) para o seu jogo no segundo tempo. Vai decepcionar o grupo festivo e aproveitador do nosso carnaval que não assisti. Eles não vão gostar, é claro. Acontece que agora já é Quaresma, mete cinza e juízo na cabeça deles, presidente! Aí está o que penso neste outro e novo tempo. Caramba, deixa eu acertar esta, meu Deus! Não quero ir embora sem marcar gol, eu já estou na prorrogação!

 

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