Ininterruptamente, ano após ano, lidamos com famílias às voltas com a escolha profissional de seus filhos adolescentes
Ininterruptamente, ano após ano, lidamos com famílias às voltas com a escolha profissional de seus filhos adolescentes, que se diferenciam entre si pelo maior ou menor grau de tranquilidade nesse momento de vida.
Uma das dificuldades está na falta de diferenciação entre vocação e profissão. Quem pensa somente no sucesso financeiro que uma profissão/ocupação pode trazer sem considerar os verdadeiros pilares da satisfação profissional – reconhecimento social, sentimento de se estar sendo útil à comunidade, possibilidade de capacitação contínua e gostar do que se faz – corre risco de tornar-se um “bem-sucedido” infeliz.
Todo processo de escolha profissional deve basear-se no conhecimento de si mesmo, no conhecimento das profissões e nas tendências do Mundo do Trabalho. Tal processo pode complicar-se quando o adolescente, pela própria etapa de desenvolvimento e por suas características pessoais ou familiares, não consegue decidir-se com segurança.
Dentre tais complicações citamos desconhecimento de si mesmo e das próprias habilidades, interesses, aptidões; dificuldades de atenção, concentração, memória ou de envolvimento com estudo; desorganização geral; dificuldades emocionais ou de relacionamento; ansiedade e tensão; medo do fracasso; cobranças excessivas; pressões de diversas naturezas; desequilíbrio entre estudo e lazer; dificuldades financeiras; vivências de perdas, doenças ou separações.
Nesse contexto recomendamos aos pais não tratarem a questão da escolha como sendo de vida ou morte. Há casos em que deliberada e consensualmente adiar o vestibular por um ano a título de amadurecimento, além de não ser uma tragédia, no cômputo geral de uma vida não fará diferença. Penso valer a comparação entre os frutos amadurecidos à força, na “estufa” e os colhidos no tempo certo.
Em síntese, compreensão e paciência, sistema claro de regras, respeito às diferenças individuais e oferta de oportunidades para ampliação do conhecimento de si mesmo e das profissões poderão colaborar nesse momento.
Se nada disso facilitar a escolha, é hora de pensar numa ajuda profissional que evoluiu da simples aplicação de testes para um conjunto de vivências que permitam ao adolescente ressignificar sua escolha profissional.