Cumpriu-se a rotina de fim de ano e pudemos acompanhar em vários órgãos da imprensa a retrospectiva do ano que se foi. Destaque, como em todos os anos, para gente ilustre, artistas famosos, benfeitores e malfeitores da humanidade que nos deixaram.
Uma vez mais, foram ouvidos os especialistas em previsão, que, através de cartas, búzios e outras formas de leitura, nos mostraram o que poderemos esperar do novo ano.
E, a não ser nos casos de previsão do fim do mundo, tantas vezes cantada por vários adivinhos há séculos, outras previsões, em geral, não são conferidas, para uma análise do índice de acertos ou de erros.
Qualquer pobre mortal, baseado em acontecimentos, poderia arriscar palpites quanto ao futuro. Analisemos os fatos: No último dia de 2011, lemos a notícia de que 1,1 bilhão de reais podem ter sido desviados dos ministérios do Turismo, Transportes, Agricultura, Esporte e Trabalho, conforme constataram auditores da CGU –Controladoria Geral da União, após exaustivo trabalho. Cerca de 88 funcionários públicos são investigados por envolvimento nas fraudes, sendo 55 do Ministério dos Transportes.
Poderíamos fazer previsões sobre o assunt jamais o dinheiro será recuperado e, a não ser pela perda dos cargos dos Ministros envolvidos e de um ou outro funcionário, tudo vai continuar como está. Como gostam de afirmar os críticos, quem viver, verá.
Prever acontecimentos é mesmo um jogo de tudo ou nada. Certa vez apareceu na sede do Jornal da Manhã um futurólogo disposto a fazer suas previsões. Temos na memória duas delas: o Brasil ganharia a Copa do Mundo de futebol e aconteceria um desastre de automóvel com um candidato a cargo político. Estava em curso uma eleição. E o desastre não aconteceu. Nem o Brasil ganhou a Copa.
Pelo menos essas duas previsões não deram certo. E após a eleição tivemos oportunidade de rever um candidato a deputado estadual, homem de fino trato, que argumentou ter perdido a eleição por causa do jornal. Uma vez publicada a previsão do desastre, a esposa desse candidato não permitiu que ele fizesse campanha em outras cidades de sua influência eleitoral. E isso foi, sim, um desastre para ele.
Já sabemos que muitos fatos ruins sempre ocorrem, ainda que não sejam previstos... Esperamos que sejam mínimos quanto à quantidade e ao poder de destruição. Quanto às previsões boas dos futurólogos de plantão, vamos torcer para que todas se realizem. E vamos encarar 2012! (*) Membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro
