O Brasil é realmente uma grande Nação. Infelizmente, está marcado por forças antagônicas, dispersas e divergentes. O Presidente da República, num país que se intitula democrático, não consegue revigorar os pontos de unidade, principalmente marcado por baixa popularidade. Mas é um país rico em diversidades e qualidades humanas, com possibilidade para revigorar forças.
Entre os cristãos a diversidade também é gritante. Não conseguimos encarar o diálogo como fonte de unidade e, com isso, perdemos as forças de ação. Precisamos, inclusive, “lavar as roupas em casa” e não espalhar maldade no coração das pessoas, se todos nós miramos Jesus Cristo como único Salvador. Sua morte na cruz derrama vigor e coragem para todos os seus seguidores.
Convivemos sob a força de um clima que desafia a paciência das pessoas bem intencionadas. Ninguém pode se dar por perfeito e desaprovar as ações conscientes e sadias dos demais. Só a Palavra de Deus tem a totalidade da perfeição, mas que precisa ser bem interpretada. Corremos o risco de destruir um caminho que foi traçado com tanto esforço, dedicação e com o intuito de acertar.
A história da Salvação é de quem realiza seus objetivos focados na fidelidade e no amor. Na cultura moderna, o caminho pode ser diverso para se chegar ao bem das pessoas e ao seu encontro pessoal com o Deus da vida. Não podemos dispersar as forças com pequenas “brigas” e nem condenar o outro por fazer um trajeto diferente, mas consciente de estar na presença do Senhor.
Perder o foco da unidade significa ficar sem força. O sociólogo polonês Zygmunt Bauman disse: “Estamos em uma situação de verdadeiro dilema: ou nos damos as mãos ou nos juntamos ao cortejo fúnebre do nosso próprio enterro em uma mesma e colossal vala comum”. Não há outro caminho que não seja aquele de revigorar as nossas forças em torno de uma fé comum.
Creio que o mundo precisa olhar mais para Jesus Cristo, mas com olhos de humildade e de confiança. A arrogância nos afasta de Deus, principalmente em certos comportamentos que circulam pelas redes sociais, sem pudor e nem respeito para com o próximo como alvo de perseguição. Isso não ajuda na construção da paz e dissemina sementes que prejudicam os vigores da vida.
(*) Arcebispo de Uberaba