Estimado leitor, rir ainda é o melhor remédio. Especialistas de várias áreas, de teólogos a psiquiatras, debatem, com uma seriedade cada vez crescente, a importância do bom humor em nossas vidas. De uma coisa eles todos não duvidam: enfrentar nossos problemas com bom humor é fundamental para garantir uma boa saúde.
Segundo estudos do médico James Lee Berk, da Escola de Saúde Pública de Loma Linda, na Califórnia, rir faz bem, muito bem ao corpo, principalmente para o sistema imunológico de uma pessoa. Ele constatou que alguns momentos de boas risadas baixam os níveis de hormônios associados ao estresse, como cortisol e epinefrina, e faz com que nosso sistema de defesa se fortaleça. Ademais, descobriram que uma boa risada melhora a circulação sanguínea, trabalha os músculos abdominais, acelera favoravelmente os batimentos cardíacos e retira o ar que fica nos pulmões.
Apesar de ser um estudo ainda novo, pensar sobre os efeitos do bom humor é uma boa maneira para transformar nosso conceito de saúde. Nossa cultura, da qual não só você, mas também muitos médicos fazem parte, está acostumada a pensar que saúde é simplesmente ausência de doença e que doença é somente aquilo que se pode detectar a partir de exames.
Por isso não estamos acostumados a considerar que a causa de nossas doenças emocionais refletem nossa dificuldade de nos organizar internamente. Solidão, medo, insegurança e, claro, mau humor dependem de fatores externos sim, não podemos negar. Mas também é preciso seguir o conselho do velho Sócrates, que nos pede para olharmos para dentro de nós, a fim de nos conhecermos e, consequentemente, conhecer melhor o funcionamento dos nossos humores.
Há, aqui em Uberaba, um desenho onde Cristo aparece dando uma enorme gargalhada (coisa rara de se ver, uma vez que Jesus é sempre representado com um semblante sério e compenetrado). Ao ver essa gravura, pude entender a mensagem do artista: alguém que arrastou multidões atrás de si não podia ser uma pessoa mal-humorada e taciturna. A alegria atrai enquanto o mau humor distancia.
Outro aspecto relevante com relação aos benefícios que o bom humor pode causar nas pessoas é verificado nos estudos do fisiologista Eugênio Mussak. Em seus trabalhos, Mussak constatou que, nos ambientes onde prevalece o bom humor, o nível de estresse das pessoas é praticamente inexistente. Foi isso que percebeu o doutor Patch Adams, que, há mais de três décadas, leva alegria aos pacientes a quem visita nos hospitais – a vida de Adams foi retratada, em 1998, no filme Pacth Adams – O Amor é Contagioso, com o ator Robin Williams no papel principal.
Desejo a todos um domingo de muita alegria e bom humor.
(*) doutorando em História e professor do Colégio Cenecista Dr. José Ferreira, da Facthus e da UFTM mailtmozart.lacerda@uol.com.br