Comemoramos em meados de julho o terceiro aniversário do Samu – Serviço de Atendimento Móvel de Urgência – de Uberaba, com a sensação de que a vida das instituições é muito semelhante à vida das pessoas: são concebidas, gestadas, paridas, aprendem a dar seus primeiros passos, crescem e amadurecem.
Nesse processo, pessoas entram e saem deixando suas marcas. E assim, entre sucessos e insucessos, chegamos ao nosso terceiro ano de existência.
O Samu é parte essencial de uma Política Nacional de Urgência e Emergência que já se encontra presente em quase mil e trezentos municípios brasileiros, cumprindo sua missão de salvar vidas e reduzir as sequelas que podem surgir como consequência da falta de um atendimento rápido e adequado, ao prestar socorros em vias públicas, rodovias, domicílios ou locais de trabalho.
Também como acontece na vida das pessoas, somos amados por uns e odiados por outros. Há situações em que podemos tudo e fazemos a diferença, noutras, porém, não podemos fazer nada. Uns são gratos, outros ficam indignados porque não conseguimos vencer a morte e pelo fato de a vida ser finita.
Nossos registros nos dão a certeza de que chegaremos até o fim do ano com a marca dos quarenta e cinco mil atendimentos e a nossa torcida é que os sucessos continuem sendo maiores que os insucessos.
Não poderia encerrar esse artigo sem deixar de tornar pública a manifestação de um usuário que representou nosso maior presente de aniversário. Recebemos a visita do senhor David Elizai de Lima, militar da reserva e ex-presidente por dois mandatos dos Bairros São Benedito e Parque Bom Retiro, para nos agradecer pessoalmente por um atendimento recebido. Trazendo uma carta escrita em próprio punho, ele elogiou o nosso trabalho como um “...socorro de Primeiro Mundo...”
Sua atitude, enquanto um cidadão politizado que sabe reivindicar e que certamente está apto a reconhecer e distinguir a qualidade de uma atuação, significou para nós um certificado de competência que será colocado em local nobre da nossa galeria de lembranças.
Mais uma vez e para concluir comparando a vida do Samu com a vida do ser humano, temos a consciência da necessidade de um aperfeiçoamento constante, mas manifestações espontâneas, como a acima citada, são uma verdadeira alavanca para continuarmos em nossa missão profissional muito parecida com a do Bom Samaritano, citada pelo Major André Valdisser, que aceitou nosso convite para proferir uma reflexão na nossa comemoração de aniversári a de amar (atendendo) o próximo, como a nós mesmos.
(*) mestre em Psicologia, terapeuta do Luto, palestrante e atual coordenadora do Samu de Uberaba