SAÚDE

Abate clandestino propicia desenvolvimento de doenças patológicas

Rafaella Massa
Publicado em 15/02/2022 às 21:43Atualizado em 18/12/2022 às 23:53
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No último mês, Uberaba registrou mais de uma ocorrência referente ao furto de carnes, além de contar com ocasionais furtos de gado na região. Esse gado e essa carne, muitas das vezes são levados para o abate irregular, ou seja, clandestinos, quando já não são provenientes do mesmo. No entanto, o abate clandestino, além de ilegal, coloca a saúde dos consumidores em risco.

Isso porque, como explica a médica veterinária especialista na inspeção de alimentos, Dúnia Ibrahim Campos, é difícil afirmar se o animal abatido irregularmente era um animal saudável e por consequência se a sua carne é saudável para consumo.

“Isso é uma condição sanitária que é muito importante temos que levar isso em consideração. Já parou para pensar, como saber se aquele animal pode ser consumido ou não? Isso você só consegue quando ele é submetido a uma avaliação que é feita dentro das indústrias que processam os alimentos de origem animal. Então, todos os animais que seguem para o abate para serem consumidos como alimentos, hoje eles só podem ser abatidos sob fiscalização sanitária. Qualquer coisa que é feita fora desses estabelecimentos que tem uma fiscalização, que é uma fiscalização do governo, consideramos como abates clandestinos”, explica a médica veterinária.

Portanto, a carne abatida de forma clandestina seria uma forma de burlar a inspeção sanitária que pode vetar o consumo daquele produto por irregularidades como lesões e falta de documentação garantido a qualidade e saúde do animal abatido. “Quando o abate é clandestino, a gente automaticamente pensa que aquela carne não foi submetida a uma inspeção. Normalmente, o abate acontece quando as pessoas sabem que se levar aquela carcaça para o frigorífico, ela vai ser condenada, não vai ser aproveitada. Então, eles fazem o abate clandestino para poder aproveitar o produto daquele animal. Eles tiram as partes que seriam as lesões aparentes, mas aproveitam o restante da carcaça”, esclarece Dúnia.

A especialista ainda afirma que não é fácil identificar se há uma lesão naquele local, estas podem não ser visíveis. No entanto, o animal pode conter patógenos, além de outras doenças que não são visíveis. Uma dessas enfermidades é a Cisticercose que, pode levar ao surgimento da teníase, popularmente conhecida como solitária. “Quando você consome a carne do animal que está acometido pela cisticercose, que é uma doença muito comum, hoje é a doença com maior incidência encontrada nas ilhas de abate, você desenvolve a teníase, que é vulgarmente conhecida como a solitária. Aí, essa pessoa com a teníase acaba eliminando ovos da fêmea em suas fezes. Outras doenças são tuberculose, brucelose, entre outras doenças como as bacterianas, que podem causar meningite”, afirma Dúnia.

Portanto, a forma mais segura de abate e de consumo da carne bovina é através de frigoríficos. Segundo Dúnia, o custo deste procedimento é muito baixo, pois o aproveitamento das partes do animal é grande. “Os açougues que quiserem fazer o abate de seus animais, eles levam o animal ao frigorífico e levam de volta sua carne. Não tem custo de produção. Não é que vai ser de graça, é que as partes que o frigorífico fica para aproveitamento, normalmente, se a pessoa faz o abate clandestino, ela é descartada. São partes que, para a indústria, trazem um lucro, mas que para o abate clandestino, não tem lucro nenhum. Então, praticamente, o custo para esse abate desde uma planta registrada, ele é nenhum”, finaliza.

 

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