Na lista estão quedas, atropelamentos, acidentes domésticos e afogamentos
Segundo levantamento da ONG Criança Segura, nos últimos três anos foram registradas mais de 4 mil internações na rede pública de saúde em Minas Gerais devido a acidentes com menores de 14. Os casos envolvem tanto ocorrências domésticas quanto colisões de automóveis, atropelamentos e quedas que causam traumatismos de todos os níveis.
O episódio recente envolvendo o filho de 11 anos do apresentador Luciano Huck – que sofreu afundamento de crânio enquanto praticava wakeboard – reacende o debate sobre os cuidados de pais com a segurança da garotada, sobretudo no período de férias escolares.
As ocorrências no trânsito estão entre as principais causas de ferimentos em meninos e meninas. Seja na condição de pedestres ou passageiros de veículos, o público infantil está entre os mais vulneráveis do tráfego urbano.
No trânsito
Para especialistas, não restam dúvidas de que todo trajeto feito com meios de transporte – motorizados ou não – deve contar com os acessórios de proteção equivalentes. O médico Dirceu Rodrigues Alves, membro da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), afirma que a atenção às crianças deve ser “privilegiada e constante”.
Dentro dos automóveis, destaca o médico, eles devem estar sempre muito bem “fixados”. “Caso contrário, serão projetados para frente ou para o alto no caso de batida ou freada brusca. O choque tende a provocar lesões de alta gravidade”, alerta.
Fora dos carros, reforça Alves, os cuidados devem ser os mesmos, uma vez que mais de 400 crianças foram atingidas por veículos no ano passado em Minas. “Os atropelamentos também são um problema seríssimo. A garotada deve ser instruída sobre o respeito à sinalização desde a pré-escola”, destaca.
Dentro de casa
As crianças também podem estar expostas a riscos mesmo no próprio lar. Dentro da residência, a cozinha é um dos ambientes mais perigosos e acidentes envolvendo panelas com alimentos quentes são corriqueiros.
Quedas
O pediatra aposentado Décio Alvarenga Rocha esclarece que é preciso evitar que a criança durma após um acidente em que ela tenha machucado a cabeça.
“Todo traumatismo dá sono, mas a preocupação é que a criança entre em coma e o responsável pense que ela está apenas dormindo. Daí a orientação para que a mantenha acordada”, explica.
Afogamentos
Em cada fase da infância, as crianças estão sujeitas a riscos diferentes, mas, em nenhuma faixa etária, deve ser dispensada a atenção rigorosa dos pais. O alerta é da gestora de comunicação da ONG Criança Segura, Vanessa Machado.
Vanessa destaca que as ocorrências em piscinas são a maior causa de mortes entre o público infantil e não aparecem nas estatísticas de internações porque, na maioria das vezes, o óbito é constatado no próprio local. “Matricular as crianças em aulas de natação pode ajudar, mas não torna desnecessária, nunca, a supervisão dos responsáveis”, garante.
*Com informações do Hoje Em Dia