Estudos mostram que a chance para acidentes automobilísticos é duas vezes maior com motoristas que sofrem de apneia obstrutiva do sono. Distúrbio respiratório que acomete de 2% a 4% da população saudável, a apneia provoca sonolência durante o dia, alteração de memória e comprometimento do sistema cardiovascular, com o possível desenvolvimento de hipertensão arterial. “Como a pessoa dorme muito mal, acordando diversas vezes ao longo da noite para poder respirar, sente muito cansaço no dia seguinte, e o grande risco é acabar cochilando ao volante”, alerta a pneumologista Marília Cabral, da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia. Para tratar, o paciente precisa perder peso e resolver a obstrução nasal ou, nos quadros moderados e graves, usar, durante o sono, uma máscara nasal conectada a um compressor de ar, que gera pressão para abrir a via aérea. Muitos acham incômodo ter de usar o equipamento para dormir. Além disso, o custo de cerca de R$ 1.000 torna o dispositivo inviável para a maioria, já que não é coberto pelo SUS. Desde fevereiro de 2008, o motorista que renovar, adicionar ou mudar sua carteira de habilitação para as categorias C (caminhões pequenos), D (vans e peruas) e E (ônibus e caminhões de grande porte) tem de passar por uma avaliação que identifica os motoristas com maior risco para a apneia.