Este ano foram diagnosticados 63 novos casos da doença, sendo 12 doentes só em setembro. Thassiana Macedo Centro de Saúde Eurico Vilela alerta: é cada vez maior o ...
Centro de Saúde Eurico Vilela alerta: é cada vez maior o número de uberabenses diagnosticados com tuberculose quando já não há muito o que fazer contra a doença. O Ministério da Saúde preconiza que municípios do porte de Uberaba identifiquem a média de 120 novos casos da doença por ano, mas em 2011 foram diagnosticados na cidade 63 novos casos, sendo 12 deles apenas em setembro.
De acordo com o infectologista Vitor Guilherme Maluf, a notícia poderia ser positiva se não fosse o fato de cada dia maior número de uberabenses serem diagnosticados com tuberculose em estado avançado, fato que resultou em quatro óbitos neste ano. A situação é grave para uma doença que tem cura e cujo tratamento é gratuito. “Estou no serviço há 10 anos e esse número é histórico. Realmente há menos casos do que o ministério preconiza, mas Uberaba é uma cidade mais desenvolvida em comparação a municípios da região Nordeste e é preciso ficar alerta”, destaca. Para o especialista, é justamente o atraso no diagnóstico o responsável por este retrato.
Isso significa que pode haver número maior de doentes que não sabem que estão com tuberculose, uma vez que ela é altamente contagiosa. Para Vitor Maluf, o atraso se deve a dois fatores: a demora da população em procurar atendimento ou quando a unidade de saúde que atendeu o doente não fez o diagnóstico correto.
“No ano passado, demos treinamento para todas as equipes do Programa Saúde da Família e neste ano estão programados outros para o final de 2011”, conta.
De acordo com ele, Patrícia Borges, enfermeira referência técnica em tuberculose, faz supervisão das equipes toda semana. “Não é falta de preparo, mas vemos que não é somente o paciente que demora, mas também as equipes não estão conseguindo diagnosticar”, frisa.
O infectologista explica que é importante o diagnóstico precoce para que seja possível cessar o processo de contaminação. Por ser transmitida por vias respiratórias, a tuberculose pode ser passada de uma pessoa para as outras pelo contato diário e prolongado, em casa ou no trabalho. “Todas essas pessoas são avaliadas pelo serviço e passam por exames clínicos, mas, nos casos em que a tuberculose é bacilífera, fazemos o exame de PPD. Se esse exame der positivo, faz-se a quimioprofilaxia, ou seja, damos um remédio para evitar que essa pessoa desenvolva a doença”, esclarece.