Conhecida como “gravidez tardia”, que acontece após os 30 ou 40 anos, é um fenômeno mundial. A cada dia, mais mulheres têm adiado a decisão de ter filhos, por causa da carreira profissional, falta de relacionamentos estáveis, condição financeira ou simplesmente pela dúvida em “ser ou não mãe”. Mas este não é o caso de Maria Euripa de Andrade, de 45 anos. Mãe de dois filhos, sendo a mais nova com 27 anos, e cinco netos, ela está esperando a chegada de José. Hoje, com quatro meses de gravidez, a notícia pegou o casal Maria Euripa e o marido, Sebastião Quirino da Silva, de 71 anos, de surpresa. “A menstruação falhava normalmente, mas passou a faltar com mais tempo entre uma e outra, mas não preocupava. De repente, comecei a sentir tonturas, como se estivesse com ‘labirinto’, além de enjôos. Fiquei nervosa com meu marido, coisa muito estranha, já que nos damos muito bem”, conta Maria Euripa. Como fez ligamento de trompas há 15 anos, sua preocupação com os sintomas, que foram ficando mais fortes, fez com que procurasse um médico clínico geral para fazer exames e descobrir o que estava acontecendo. “Foi, então, que o médico me disse que eu estava grávida. Não estávamos esperando, mas eu e meu marido estamos alucinados de tanta felicidade, apaixonados por este menino que vai chegar”, diz, eufórica. Para o ginecologista e obstetra Marco Fábio Prata Lima, a frequência de casos como este é rara, inferior a 3% das mulheres que entram na menopausa. “A mulher pode engravidar espontaneamente até dois anos após o início da menopausa. Tanto que mulheres que entram na menopausa na idade entre 40 e 50 anos podem engravidar e precisam se preocupar com os métodos contraceptivos se não têm essa intenção”, explica o especialista. Segundo Lima, se a mulher não tem nenhum problema de saúde instalado, a gravidez pode ocorrer normalmente. “Mas se ela tiver hipertensão, como 20% da população, pode piorar o que já estiver presente. O principal problema da gravidez tardia seria a má-formação do bebê, como, por exemplo, a criança nascer com Síndrome de Dawn, ou ainda o parto prematuro e o envelhecimento precoce da placenta”, destaca. Por isso, o ginecologista alerta para o cuidado redobrado com o pré-natal. “Em relação à mulher que tem pressão alta, é importante manter de uma dieta equilibrada, ter cuidado para não engordar excessivamente, manter repouso e seguir à risca as orientações do médico”, encerra.