SAÚDE

Body Shaming: como as críticas excessivas ao corpo alheio na era da informação pode causar estresse emocional

Rafaella Massa
Publicado em 28/05/2022 às 18:04Atualizado em 18/12/2022 às 19:51
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Body Shaming, em sua tradução literal, significa ‘envergonhar o corpo’.

Uma nova palavra para o seu dicionári Body Shaming. Não mais restrito à mesa de jantar de pessoas desconhecidas, a exposição 24h na internet abriu espaço para um novo tipo de julgamento, em que as pessoas podem ver as ofensas e se sentir agredidas quando entram nas redes sociais.

O Body Shaming, em sua tradução literal, significa ‘envergonhar o corpo’. Em atitudes, o termo significa o ato de ridicularizar, zombar ou criticar a aparência física de uma pessoa, baseado em um padrão de beleza. O que parece um “comentário” simplório para quem pratica, na verdade, pode tocar uma ferida aberta em quem recebe a crítica.

Como explica o psicólogo Sérgio Marçal, o Body Shaming é focado nas diferenças entre os corpos e uma comparação com algo que é visto nas mídias e redes sociais constantemente. “Ele está mais focado nas diferenças de corpo, tanto o corpo mais gordo, a magreza, o nariz avantajado, então, aquilo que falta dos padrões. E é muito complexo a gente ver isso no Brasil, num país tão miscigenado com tanta diversidade cultural, racial e de biotipo. Nós não temos um biotipo predominante, como há nos países europeus, ou asiáticos. Acaba sendo uma tentativa de imposição de um padrão para algo que não é possível de padronizar”, explica.

Além da questão cultural, que é tão ampla, há também a questão hormonal, principalmente para os adolescentes, que estão passando por um momento de transição. “Tem uma questão importante entre os adolescentes, que é a questão do desenvolvimento físico, que é a transição hormonal, que é natural, e que é transformado num objeto de sofrimento.  Então, a gente precisa entender que essa transição é natural. Eu trabalho muito isso com os adolescentes, questões de autoestima, para não transformar isso num sofrimento ou conflito. Então, a gente precisa entender e trabalhar a psicoeducação para que desde criança a gente entenda que a diferença é natural, que dependendo do seu biotipo, não adianta focar num padrão de beleza que não é compatível com você”, conta Marçal.

Apesar desse padrão de beleza visto na internet, principalmente nas redes sociais, serem o alvo de comparação, nem mesmo as pessoas que estão na mídia escapam do julgamento. Há pouco tempo, a blogueira e apresentadora Rafa Kalimann foi alvo de Body Shaming após postar uma foto e receber críticas “por estar magra demais”. “A gente entende que esse padrão de beleza, é um padrão inatingível, é um padrão escravizante que impõe sofrimento. Porque até as mulheres mais famosas e consideradas belas, algumas questões são naturais. A celulite, por exemplo, quando vem uma atriz e fala 'Nossa, a Juliana Paes tem celulite', e a celulite é comum”, diz o psicólogo.

Por tanto, nem as pessoas em quem esse padrão é inspirado conseguem escapar do julgamento. Isso porque o padrão de vida criado na internet é irreal e inatingível como analisa Marçal. “A internet hoje acaba ditando um padrão de vida que não é um padrão real, provocando uma overdose de informações e enquadramentos que levam ao sofrimento, que levam com certeza ao adoecimento, a sensação de não pertencimento. Porque se você não está dentro do que é ditado, exigido, você está fora de um grupo. O que afeta diretamente a autoestima, o humor e a sensação de caber na sociedade”, finaliza.

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