Caminhada não basta aos idosos e força muscular ganha destaque

O exercício mais democrático que existe pode precisar de maior atenção por parte de seus praticantes. Afinal, ele não é o suficiente para todos, como muitos pensam, revela estudo. Se há um exercício recomendado por dez entre dez especialistas, é a caminhada. Mas pesquisa recente mostra que essa atividade tão comum não basta. Para quem está na terceira idade, o grande desafio é vencer a perda da força muscular. A afirmação é do American College of Sports Medicine, que elaborou novas recomendações de atividade física. Na lista, ênfase para exercícios de força e flexibilidade. “Neste caso, os idosos precisam mais que apenas caminhar: têm que aumentar a força. Afinal, para abrir uma garrafa ou simplesmente levantar, é preciso força muscular. Isso se consegue, basicamente, com musculação”, comenta o médico ortopedista, Vicente Carlos Macedo.   Para ele, ficar em pé numa fila de supermercado ou mesmo no ônibus não faz tão mal para o idoso como parece. “Apesar de ser regra de etiqueta dar preferência para o idoso se sentar, por exemplo, essa é uma das chances que ele tem de fortalecer a musculatura das pernas”, explica o especialista. O novo documento publicado pelos norte-americanos também revela que, embora seja impossível evitar o envelhecimento, o exercício físico regular minimiza os efeitos da idade, aumenta a expectativa de vida e diminui o desenvolvimento de certas doenças crônicas. “Vemos todos os dias, no consultório, que quem se exercita tem melhoras significativas. Tanto na saúde física quanto na mental. Hoje já há estudos comprovando que a atividade física diminui o risco da senilidade e de Alzheimer”, conclui Macedo.   “Parece exagero, mas no consultório percebemos a diferença quando atendemos um paciente acima dos 50 anos que faz exercícios musculares regularmente. É uma outra pessoa”, afirma Vicente Carlos. A incidência de osteoporose, diabetes, infarto e derrame também é muito baixa em quem pratica atividades.