SAÚDE

Cardiologista explica sinais de alerta que podem significar presença de sequelas da Covid

Médico cita como sequelas mais comuns as sensações constantes de cansaço e fadiga, alterações de memória e alterações crônicas de olfato e paladar

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Publicado em 17/07/2022 às 07:47Atualizado em 18/12/2022 às 20:42
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O tempo de duração dessas condições são variáveis (Foto/Rovena Rosa/Agência Brasil)

O aumento de estudos e relatos clínicos de pacientes que desenvolvem condições ou doenças após a infecção pela Covid-19 tem ligado alerta de especialistas. Fabricio da Silva, médico especialista em cardiologia, clínica médica e emergências clínicas pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) e pelo Instituto de Cardiologia do Distrito Federal, ressalta que as sequelas variam muito para cada quadro e ainda para cada etapa da pandemia. 

“Temos visto que nesta quarta onda a Covid tem evoluído com uma forma mais branda e, consequentemente, também deixando menos sequelas. Sobre as sequelas mais comuns, independente dos efeitos cardiovasculares, hoje o que a gente tem visto de queixas bastante frequentes são sensações constantes de cansaço, fadiga, alterações de memória, alterações crônicas de olfato e paladar, alterações visuais, como embaçamentos visuais, perda de força muscular e alguns casos de tosse crônica”, exemplifica o especialista.

O médico diz ainda que a primeira fase da pandemia, quando ainda não havia a vacina contra a doença, trouxe sequelas graves em alguns pacientes, como tromboses venosas, miocardites e outras infecções secundárias. Já os tempos de duração dessas condições são “bastante variáveis”, segundo ele. 

“Cada vez mais a gente tem trabalhado nessa linha da Covid longa, que realmente é uma persistência de sintomas, que não necessariamente são consideradas sequelares, porque a gente não sabe precisar ainda por quanto tempo eles irão durar e se são reversíveis ou não”, lembra. Fabricio da Silva pontua a necessidade do diagnóstico médico para definir esses quadros e buscar o melhor tratamento, enquanto recomenda algumas ações para minimizar os danos.

“Pensando nesses sintomas de Covid longo, o que a gente estimula bastante são readequações de estilos de vida, diminuição de outras condições de inflamatórias, como, por exemplo, obesidade e sedentarismo, que acabam contribuindo bastante para situações de fadiga, de perda de massa muscular, de cansaço, de falta de ar e tosse crônica.”

Rosa Rosa Cristine Moreira, moradora do Distrito Federal, sentiu esses sintomas depois de duas infecções pelo novo coronavírus. “Eu comecei a subir e, no terceiro degrau, não dei conta mais de subir ao quarto degrau. Foi um cansaço imenso, fiquei mais ou menos uns 20 dias me sentindo muito mal. Após ter passado, notei um certo transtorno, uma leve depressão. Fiquei muito agitada e já notei que o meu coração estava mais acelerado”, conta.

Após notar a arritmia ser mais presente, ela começou a relacionar os sintomas com a infecção pela Covid que teve no passado. “Sinto aquele cansaço imenso, sinto agitação e o coração, aparentemente, parece que vai sair pela boca. Eu tenho certeza absoluta que foram sequelas da Covid”, diz.

Entre os sinais de alerta para se procurar um cardiologista, o médico Fabricio da Silva cita sintomas cardiológicos como palpitação, aceleração do coração, dor no peito e falta de ar para esportes menos intensos, por exemplo. Ele ainda afirma que pacientes com históricos de doenças cardiovasculares na família em primeiro grau e que já foram internados com quadro grave de Covid devem ficar ainda mais atentos.

 

 

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