A ideia é que as crianças criem artes alusivas ao Geoparque Uberaba (Foto/Ilustrativa)
Essencial para criar adultos funcionais, a cooperação dentro do ambiente familiar trabalha nas crianças e adolescentes o senso de responsabilidade. Esse processo, no entanto, também deve levar em consideração as limitações de cada faixa etária, conforme explica o psicólogo Sérgio Marçal.
Segundo o especialista, nesse processo de incentivo a independência, é importante respeitar os limites das crianças levando em consideração as capacidades motoras, intelectuais e cognitivas dos pequenos. “A criança pode ajudar na organização do ambiente de acordo com a coordenação motora que ela tem, a partir dos 3 anos, para ela se sentir pertencente também. E sempre com reforço positivo, mesmo quando a criança tem um comportamento inadequado. Porque se você ensinar ‘Mas isso é feio’ ou ‘Você é boba’ e ela começa a acreditar nisso, ela vai ter que ter estímulo positivo para ser o contrário, porque a autoestima está em construção”, explica Sérgio Marçal.
Além da responsabilidade, a colaboração das crianças cria o sentimento de realização, que pode fazer com que elas busquem essa sensação em outras coisas que fizerem. Dessa forma, desenvolvem também a confiança e a autonomia.
Ainda conforme Marçal, nesse processo, os adultos também precisam monitorar seus próprios comportamentos para empregar uma boa influência e poder cobrar o mesmo das crianças. Ou seja, é preciso praticar para ensinar. Esse bom comportamento é fundamental, principalmente, para as crianças menores que possuem um repertório verbal e cognitivo mais restrito.
“A gente vai vendo porque eles vão nos mostrando, as palavras erradas vão parando de existir, e aí a gente vai entendendo que pode ir aumentando a complexidade da comunicação e ajudar a contribuir, mediar o desenvolvimento”, explica o psicólogo.
Conforme as crianças ampliam seu conhecimento e elevam o nível cognitivo, podem ser introduzidas tarefas mais complexas. “A gente vai ampliando o nível de tarefa desde catar o seu sapato e colocar no seu quarto a poder lavar uma louça, a poder colaborar de diferentes formas. Isso é uma escada e a gente vai aumentando a complexidade das tarefas e dos comandos verbais”, finaliza Marçal.