Uma francesa de 36 anos teve um pé e partes dos dedos das mãos amputados depois de desenvolver síndrome do choque tóxico (SCT). A condição rara ocorreu depois de exceder o limite de tempo de uso do coletor durante a menstruação.
A SCT acontece se a pessoa entra em contato com as toxinas produzidas pelas bactérias do gênero Staphylococcus, que podem estar presentes naturalmente no organismo. Estima-se que o microrganismo esteja presente nas fossas nasais de 20% a 30% das pessoas, sendo que ele também pode se instalar na pele e em outras partes do corpo.
Embora a síndrome possa ocorrer em homens e crianças, casos com mulheres se tornaram mais conhecidos pela associação ao uso de absorventes internos. Isso porque, quando esses itens de higiene permanecem dentro do corpo por mais tempo do que o recomendado, aumenta o risco das bactérias se proliferarem e liberarem as substâncias tóxicas que causam a infecção.
"É importante ressaltar que a menstruação foi feita para sair do corpo, e não ficar retida dentro da vagina por muito tempo", alerta Eduardo Motta, ginecologista do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. É importante se atentar ao que está escrito na embalagem e nunca ultrapassar o tempo de uso recomendado pelo fabricante, seja do absorvente ou coletor.
Segundo uma investigação realizada em 2019 sobre os conhecidos "copinhos", eles são o método mais seguro dentre as opções disponíveis para as mulheres coletarem o sangue liberado durante a menstruação. A mulher não lembra quanto tempo permaneceu com o coletor dentro do canal vaginal até retirá-lo. Contudo, ela afirmou ao Le Parisien que, muitas vezes, as recomendações variam entre fabricantes, o que pode confundir as consumidoras.
Motta observa que é importante ter muita atenção ao utilizar coletores menstruais e absorventes internos, evitando usá-los em situações como em viagens ou durante a noite, quando o tempo de uso recomendado pode ser ultrapassado. "O ideal é que esses produtos sejam usados por curtos períodos de tempo, até quatro horas. Além disso, a mulher deve estar atenta à higiene da região íntima e do coletor ou absorvente reutilizável", descarta o especialista.
*Com informações Revista Galileu