Descontrole no uso de celulares e tablets aumenta casos de miopia infantil

Olhos vermelhos, irritados, cansaço visual… são alguns dos sintomas recorrentes em crianças que abusam dos aparelhos eletrônicos na atualidade. E, em uma perspectiva da educação cada vez mais tecnológica, é importante que o pai, a mãe ou o responsável estejam atentos aos perigos da tela azul para os olhos das crianças nesta volta às aulas.

De acordo com o oftalmologista Fabiano Hueb, em entrevista ao Jornal da Manhã, há aumento significativo de casos de miopia em crianças e adolescentes nos últimos anos, em razão da exponencial procura por aparelhos eletrônicos. O que antigamente era luxo, hoje é figurinha carimbada nas casas: um celular ou um tablet.

Não que seja totalmente rechaçada a ideia de entregar um celular à criança, mas isso deve passar por limites bem definidos, para evitar problemas de saúde e dependência.

“A Sociedade Brasileira de Pediatria estipula que uma criança de até 6 anos de idade tem que usar o celular por, no máximo, uma hora por dia. O que acontece hoje é que os celulares, os tablets, distraem a criança, e os pais terceirizam um pouco a educação para os aparelhos, mas isso causa problemas visuais graves. Sem falar que desestimula a prática de esportes, música, a socialização, coisas extremamente importantes para o desenvolvimento neuropsicomotor da criança”, explica o especialista.

Por isso, é importante estar atento a sinais e procurar ajuda médica logo no começo das atividades escolares.

“O nosso cérebro é muito inteligente. Quando a criança usa muito a visão de perto, ele privilegia a visão de perto e esquece da [visão] de longe. Isso é a miopia. A miopia está se desenvolvendo de forma rápida em crianças e adolescentes. O primeiro sinal é a criança apertar os olhos para enxergar melhor, uma coisa que a própria professora pode identificar. É muito importante os pais levarem as crianças, a partir dos 4 anos de idade, quando vai começar a fase de escolarização, para avaliação, e controlar intensamente o uso de tablet e computador”, finaliza Fabiano Hueb.